A defesa da homeschooling como um retrocesso da educação
Uma reportagem mostra o quanto esta perigosa ideologia traz problemas que referem-se aos meios, nada pedagógicos, que educadores conservadores e seus apoiadores defendem.
Por Renata Renovato e Stella Gianna para os Estudantes NINJA
Em reportagem da revista “Isto é”, a educação ultra conservadora da extrema direita que apoia o homeschooling foi chamada de Educação Bolsonarista.
A reportagem mostra o quanto esta perigosa ideologia traz problemas que referem-se aos meios, nada pedagógicos, que educadores conservadores e seus apoiadores defendem: uma visão, para crianças e adolescentes, acrítica do mundo, de obediência extrema, hierarquia imposta e até mesmo violência.
Maya Eigenmann, pedagoga e educadora parental, descreve, em suas páginas da internet, alguns importantes levantamentos a respeito da educação e do recurso da violência como medida educadora:
“Quando gritamos com uma criança, seu cérebro entende o grito como uma ameaça. Segundo o psiquiatra americano Bruce Perry, se uma pessoa estiver desregulada, nada do que você diz a ela chega ao córtex. Ela pode até ter dificuldade de acessar o que já está lá.
O cérebro é um órgão social, feito para se conectar, é um mecanismo de defesa e gritos e tapas não ajudam no processo de ensino-aprendizagem.
Uma das experiências adversas na infância é o abuso físico e psicológico, e podem ser prejudiciais à saúde física e emocional, segundo Wave Trust.”
Leiliane Rocha, psicóloga e especialista em sexualidade diz que:
“Crianças que são agredidas fisicamente têm mais chances de sofrer violência sexual, uma vez que acreditam que mesmo quando sofrem, os adultos estão fazendo isso para o bem delas. Tendem a normalizar o não gostar de um toque. Além do que, a violência contra crianças e adolescentes é crime.”
O Estatuto da criança e do adolescente, mais conhecido como ECA, que completou 32 anos de existência no dia 13 deste mês, demonstra importantíssimos pontos que devem ser sempre lembrados:
No art. 3o está descrito que a criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.
Não é surpresa pra ninguém que o governo Bolsonaro vem representando um grande retrocesso para a ciência e para a educação. Contudo, precisamos ser claros ao apontar para os graves acontecimentos que vem prejudicando sistematicamente a educação, através das precárias medidas e propostas promovidas, para este setor, em seu governo.
Segundo o site do MPRS, só a partir do dia 13 de julho de 1990, crianças e adolescentes foram considerados sujeitos de direitos no Brasil com a criação do ECA e, por isso, devemos lutar para que, a Lei 8.069 seja uma garantia de que não vamos mais viver retrocessos na educação brasileira, ao contrário do que a chamada educação bolsonarista e a proposta da homescholing, vem tentando fazer.