A audiência da Copa do Mundo na TV aberta poderá bater recorde esse ano?
A Copa do Mundo no Catar trouxe a promessa de bater recorde de audiência na televisão brasileira
Por Alex Fravoline
Com a promessa de que unificará o país, a Copa do Mundo deste ano, sediada no Catar, possui mais um comprometimento: o de bater recorde de audiência na televisão brasileira. O evento acontece em uma época atípica do ano; ao invés do meio do ano, foi remanejado para o fim, em pleno período onde o comércio foca em produtos para o dia de natal. E aqui no Brasil, foram enumerados vários outros motivos para a copa não ser um sucesso. Entre eles, as polêmicas do país-sede e, é claro, do clima de pós-eleições; principalmente quando pensamos que a seleção simboliza o patriotismo do nosso país, que foi o mesmo exageradamente explorado pelo candidato que não se reelegeu e seus fãs. Com o ânimo em baixa, isso se esbarrou em uma outra questão: a televisão atingirá recorde negativo com o evento?
A transição entre o período eleitoral e a copa do mundo foi rápida. E, ao que parece, a confiança do brasileiro com a seleção ressuscitou. Mais que pelos memes de “tirar o ranço pela camisa verde-amarela”, foi o investimento de todas as emissoras para a cobertura do evento no Catar. Desde os canais oficiais do grupo Globo até as outras empresas da televisão aberta, como Record TV, SBT e Bandeirantes, prometeram investimento em seus respectivos times de jornalismo. Algumas, mesmo sem os direitos de exibição dos jogos, enviaram correspondentes para o país-sede da copa.
E o olho das emissoras na copa deste ano faz sentido. O jogo de abertura, transmitido pela TV Globo no domingo à tarde, 20, marcou 28 e 26 pontos em São Paulo e no Rio de Janeiro, respectivamente. Um aumento de 6% em comparação com a copa anterior. Para se ter uma ideia, o principal produto da emissora, a novela das nove, Travessia, registrou 24 pontos na capital paulista, conforme dados do portal Alta Definição com números oferecidos pelo Kantar Ibope.
A tão aguardada estréia do Brasil na copa, em uma partida contra a Sérvia, obteve o maior índice até então: 50 pontos nas duas maiores cidades do país e 51 pontos na média nacional, de acordo com os colunistas Gabriel Vaquer e Allan Simon. O jogo foi visto em 76% dos televisores ligados e um crescimento de 264% de audiência em território nacional. O jogo seguinte da seleção contra a Suíça registrou 50 pontos no país, repetindo o recorde. Informações do Kantar Ibope informam que um ponto no painel nacional equivale a 258 mil casas e 713 mil indivíduos.
Os números animam os meios televisivos, que se vêem cada vez mais encurralados pela fuga do espectador para o streaming. Cada empresa adotou sua estratégia: Globo investe massivamente no Globoplay, Record reforça seu jornalismo ao vivo para não perder seu fiel telespectador e o SBT aposta nas parcerias da venda de seus títulos para os streamings, além de abrigar variadas competições de futebol, algo inédito no canal até então.
Com o termômetro da copa ainda quente, todas as editorias de esporte dos telejornais focam no que está acontecendo no Catar, além de diversas pautas que englobam cultura e curiosidades que cabem aos programas de entretenimento. Até a final da copa ou o último jogo da seleção, fica a expectativa dos que trabalham com televisão de ver um recorde esse ano. Mais do que simbolizar uma união dos brasileiros é mostrar que a televisão aberta ainda é um lugar onde todos podem retornar.
Texto produzido em cobertura colaborativa da NINJA Esporte Clube