Luz (música, grafite e ocupação cultural) no fim do túnel
O CONIC, em Brasília, sempre conviveu com a fama de ser um lugar mal frequentado e perigoso, mas foi idealizado no projeto inicial da cidade como o setor de diversões da cidade.
E agora tem gente pensando em como de fato ocupar os espaços de socialização que Lúcio Costa desenhou nos tuneis do avião.
Brasília é tão sistematizada que até pra diversão tem um setor específico. O Setor de Diversões Sul, conhecido como CONIC. Ele fica num cruzamento entre os eixos monumentais e a rodoviária do Plano Piloto e foi concebido no plano original da construção da cidade.
Segundo Wikipédia:
“O projeto foi também elaborado por Lúcio Costa (um dos poucos dentro de Brasília), como estratégia para a rápida execução e ocupação do centro da cidade. Este projeto constituía-se de um parcelamento urbano do solo, com definições das dimensões dos lotes e gabarito das alturas dos edifícios. Morfologicamente o partido arquitetônico estava estruturado na forma de um quarteirão. Seria composto de edifícios perimetrais em altura, que abrigariam salas de escritórios nos andares superiores, e edifícios mais baixos que deveriam abrigar casas de espetáculos, cinemas e teatros. Estes edifícios seriam ligados por meio de vielas e pequenos largos, criando um espaço propício à socialização.
Localizado no SDS (Setor de Diversões Sul), o Centro Comercial com comércio variado, de caráter mais popular abriga igrejas, boates, sala de teatro, cinema, bares, sindicatos e lojas das mais variadas. A sigla CONIC veio do nome da construtora que ergueu os primeiros prédios do setor, ainda na década de 60.”
Acontece que quando inaugurou, em 1967, com pouca gente morando no plano piloto e o CONIC longe para acesso da maioria, o SDS não foi aproveitado para o que foi construído, o espaço foi se degradando e ficando mal visto pela classe média.
Também acontece que teve gente que nunca desistiu do lugar. O Crew.Za, coletivo responsável pelo Sub Dulcina, espaço para festas no subsolo do Teatro Dulcina de Moraes, num ato de coragem e resgate ao verdadeiro “fim do Túnel”, ocupou com muita vida, lambs, grafites e música um desses espaços que foram pensados pra socialização! O local, um túnel que fica embaixo da antiga sede do Touring Club do Brasil foi transformado em uma pista de dança, com projeções audiovisuais, jogos de luzes e muita animação por parte do diverso público que compos a festa de inauguração do Túnel do Turing, tirando o antigo estigma de ponto de drogas.
“A gente quer ver mais um pouco do Dulcina por aqui!”, diz Kaká Guimarães, um dos integrantes do coletivo, que diz ainda que o Dulcina é um patrimônio de Brasília e o CONIC, um prédio único. “Fazer parte da revitalização e ocupação da praça é dar continuidade a todo um processo de transformação e ocupação dos espaços públicos da cidade”.