Amor não mata: uma marcha contra o feminicídio
No dia 9 de janeiro, Clésia Andrade, de 28 anos foi assassinada dentro de casa pelo ex namorado, um soldado da PM, que se matou em seguida.
No dia 9 de janeiro, Clésia Andrade, de 28 anos, foi assassinada dentro de casa pelo ex namorado, um soldado da PM, que se matou em seguida. Moradora de São Sebastião, cidade satélite de Brasília, ela era estudante de dança no Instituto Federal de Brasília. Vizinhos ouviram os disparos e chamaram a polícia mas relatam não terem ouvido discussão. A jovem já havia feito 20 denúncias e havia pedido uma ação protetiva contra Bruno, que a perseguia.
Os jornais locais ainda dizem que Clésia foi encontrada morta ao lado do ex namorado, que possivelmente a matou e tirou a própria vida em seguida. Prints de whatsapp rodaram por outras redes sociais com conversas de Clésia contando as perseguições que sofria. Ela o denunciou mas sempre teve medo pelo fato do ex ser policial. Não colocam em evidência que foi um caso de feminicídio.
Na manhã deste dia 20 de janeiro, uma passeata saindo da porta da casa de Clésia caminhou até o centro da cidade. O ato queria relembrar que no Brasil, segundo dados da ONU de 2016, 4,8 mulheres a cada 100 mil morrem vítimas de feminicídio. A quinta maior taxa de feminicídio do mundo. Hellen, da Casa Frida, organização que acolhe e ampara mulheres em situação de violência afirma que “é uma sociedade militaresca que vem ceifando a vida de mulheres (…) A Clésia foi mais uma vítima.”
No ponto da caminhada em frente ao Fórum da cidade, Alexandra, amiga da vítima da universidade onde estudavam, enfatizou que para as mulheres da região “o que deveria ser um local de acolhimento, é um local de ameaça. Pedimos que as autoridades nos ouçam, não zombem de nós. Vocês poderiam ter evitado a morte da Clésia. Vocês são despreparados.”