Quilombolas da Chapada dos Veadeiros ajudam na preservação do cerrado
Em função do incêndio que atingiu a Chapada dos Veadeiros-GO, no recente período de seca, se torna importante refletir sobre as diversas consequências que o uso irresponsável da terra pode causar aos nossos ecossistemas. Incêndios, por causas naturais, ou mesmo que em meio ao seu manejo responsável, constituem parte dos ciclos de renovação do cerrado, […]
Em função do incêndio que atingiu a Chapada dos Veadeiros-GO, no recente período de seca, se torna importante refletir sobre as diversas consequências que o uso irresponsável da terra pode causar aos nossos ecossistemas. Incêndios, por causas naturais, ou mesmo que em meio ao seu manejo responsável, constituem parte dos ciclos de renovação do cerrado, se passando enquanto processos de renovação da vegetação, preparando-a para o nascimento sua flora diversa.
Esse processo pode ser utilizado para preparação de roçados, como também o enriquece o solo com restos de nutrientes, podendo ser utilizado com o intuito de renovação desses ecossistemas, devendo-se considerar aspectos técnicos, sociais, ecológicos e econômicos de dada região para avaliar tais intervenções.
Nesse sentido, na Comunidade Quilombola Kalunga do Engenho II, localizada na Chapada dos Veadeiros, os moradores da região usam do cerrado como fonte de renda e subsistência e para tal cuidam do solo de forma responsável e controlada. Com plantações de arroz e outras culturas fazem manejo da terra e usam do fogo para renovação do solo, preparando-a para o nascimento das próximas safras. Entretanto, com o aumento das queimadas na região, ao invés de seguirem com suas próprias técnicas, preferiram acionar as brigadas comunitárias para acompanharem o processo, garantindo que as chamas não se alastrem para outras regiões e mantenham a terra preservada.
Seu Jorge, quilombola da região, reforça que é preciso processos de formação com a comunidade, mostrando pra todos a importância de queimar controlado e também a importância do cerrado. “Se todo mundo começar a colocar fogo do jeito dele, a gente acaba perdendo nossa terra e nossas riquezas. Tem que queimar, mas tem que ser controlado, na época, senão a gente leva um prejuízo muito grande depois”. Confira seu depoimento.
Carlos, da brigada comunitária, conta que ao chegar para auxiliar Seu Jorge encontrou uma linha de acero, área limpa para evitar a propagação do fogo, e que essa prática auxilia bastante nas queimadas responsáveis. Augusto Avelino, coordenador de combate a incêndio do Ibama na região, conta que os incêndios na região dos Kalunga, comunidade quilombola da região, já foram todos contidos.
Acompanhe a cobertura especial da Mídia Ninja na Chapada dos Veadeiros (GO).