Terreiro é incendiado em Jundiaí/SP
Crime aconteceu durante a madrugada da quinta-feira (28/09) e destruiu todo o local; não houve feridos
Crime aconteceu durante a madrugada da quinta-feira (28/09) e destruiu todo o local; não houve feridos
Na madrugada desta quinta-feira (28/09), outro caso de intolerância religiosa foi registrado, dessa vez na cidade de Jundiaí, interior de São Paulo. Um terreiro foi incendiado por dois homens não identificados, que fugiram do local. O corpo de bombeiros conseguiu controlar as chamas, que não se alastraram pelas casas vizinhas.
A primeira informação sobre o incêndio foi às 23h30, quando uma vizinha ligou para a mãe de santo Iyá Abayomi Ifáfunmike Rosana. O barracão de madeira foi totalmente consumido pelo fogo, destruindo também instrumentos musicais e imagens sagradas.
“Eu acredito e prego muito o poder de Orixá e o poder de Deus. Violaram o meu sagrado. Aqui não é casa de moradia, aqui é o sagrado. E eu vou reconstruir, porque eu sou uma mulher inteirinha de Iansã e Xangô, e carrego Oxossi. Eu vou reconstruir com fé e Ogum. Meu pai Xangô a de fazer a justiça dele, não a minha”, afirmou mãe Rosana.
O caso foi levado ao Ministério Público e a Procuradoria Geral do Estado de São Paulo através da Deputada Estadual Clélia Gomes (PHS) e do movimento ‘O Brasil Contra a Intolerância Religiosa’, coordenado por Diego de Airá, que foi a primeira pessoa a gravar no local e conversar com a mãe de santo.
“Assim como o povo do Rio se uniu, eu tenho certeza que aqui em São Paulo também vai se unir. Assim como queimaram a sua casa, também queimaram a minha, porque assim como aqui é casa de Xangô e de Iansã, a minha também é”, aludiu Airá.
Esse é o primeiro caso de intolerância religiosa em São Paulo, após o início da onda de ataques à religiões ou religiosos de matriz africana na região metropolitana do Rio de Janeiro.
No último mês, foram divulgados ao menos dois vídeos de criminosos, supostamente cristãos, obrigando seguidores de religiões africanas a destruírem os seus lugares de culto. A situação ocorreu por mando de traficantes religiosos que passaram a ter o controle do tráfico local, um fenômeno que vai tomando uma proporção cada vez maior no estado.