Chegamos ao último mês de 2025, e a virulência, as empreitadas golpistas, a usurpação de pautas coletivas e a normatização das contradições da extrema-direita seguem afrontando a população brasileira. O cinismo é tamanho que, por vezes, precisamos nos certificar do que estamos vendo, ouvindo e sentindo na pele. Contudo, é tudo real. E, em pleno dezembro — mês dedicado a referendar a criação da Declaração Universal dos Direitos Humanos —, temos a obrigação de apontar que a contradição contumaz dos extremistas atinge frontalmente as/os brasileiras/os.

A extrema-direita, em conluio com representantes do centrão, segue golpeando a população — sim, porque subverter a pauta no Congresso, manter parlamentares condenados pela Justiça, fugitivos e traidores da Pátria sendo sustentados pelos cofres públicos é uma afronta ao povo brasileiro, que, em sua maioria esmagadora, trabalha em escala 6×1, enfrenta um transporte público caótico, tem seus direitos trabalhistas negados e é muito mal remunerado.

Há tempo para tudo, e o tempo para que uma parte significativa da população brasileira deixe de se enganar por extremistas que não a representam nem a defendem já passou. Todos os dias eles provam que só se importam consigo mesmos. A extrema-direita muda de opinião e de direção quando o assunto os atinge de forma negativa — e cito apenas três fatos que comprovam isso.

Primeiro: o mote sempre foi “bandido bom é bandido morto”. Bastou que indivíduos do próprio grupo fossem condenados pela Justiça — após amplo direito de defesa — por crimes graves contra o Estado Democrático de Direito para começarem a gritar por direitos humanos, direitos estes que sempre desprezaram e cujos defensores perseguiram, além de reclamarem das condições do sistema prisional. É uma mudança drástica de discurso, mas não motivada pelo bem coletivo. Não há compromisso com a dignidade humana; o que existe é o uso seletivo dos direitos humanos, apenas quando lhes convém.

Segundo: dizem-se defensores das famílias, das pessoas. Como, se são xenófobos, racistas e homofóbicos? As únicas famílias que prezam são as suas próprias, que utilizam o Estado para obter vantagens financeiras. E, quando o Governo Federal apresenta um projeto para taxar os super-ricos e isentar trabalhadores que ganham até R$ 5 mil, eles votam contra e espalham medo por meio de fake news.

Terceiro: esses mesmos extremistas foram eleitos para representar a população, mas tudo o que fazem é tramar contra os brasileiros. Ocupam a Presidência da Câmara para impedir que votações importantes aconteçam, chantageiam as Casas Legislativas para forçar a apreciação de projetos de anistia a criminosos, aprovam matérias rejeitadas pela população na calada da madrugada e ainda têm a pachorra de viajar aos Estados Unidos para conspirar contra o Brasil. Dizem-se patriotas, mas são traidores do povo.

Todos esses movimentos servem, única e exclusivamente, aos interesses deles próprios e dos criminosos que atentaram contra a democracia. Se não tivéssemos um presidente firme, que dialoga e defende a nossa soberania, nossas vidas estariam entregues a um governo estrangeiro cujo presidente é volátil — para não dizer insano.

São poucos exemplos diante da enxurrada de arbitrariedades promovidas pela extrema-direita, mas sentimos cada uma delas na pele. E, se algum dia existiu alguma desculpa, já não há mais razão para normalizar as mentiras e contradições desses extremistas. Que, em 2026, mandemos os traidores do povo para onde pertencem: a cadeia. E que de lá nunca mais saiam.