O Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro chega aos 20 anos celebrando sua história, sua força cultural e, sobretudo, a vitalidade do cinema paraibano, que mais uma vez desponta em uma nova e promissora “primavera”. O anúncio oficial da programação, feito pelo fundador e diretor executivo Lúcio Vilar ao lado de representantes do Governo da Paraíba, da Energisa, do Itaú, do BNB, da Cagepa e da PBGás, revelou uma edição turbinada, com cinema, música, debates, oficinas, homenagens e uma abertura que promete emocionar o público. O festival será realizado de 3 a 10 de dezembro em João Pessoa, ocupando tanto o Cinépolis do Manaíra Shopping quanto a Praia de Tambaú, que volta a receber sessões ao ar livre.

A noite de abertura, em 3 de dezembro, será dedicada ao documentário “Ary”, de André Weller, premiado no É Tudo Verdade e na Mostra de Tiradentes. Narrado em primeira pessoa por Lima Duarte, o filme reconstrói a trajetória do autor de “Aquarela do Brasil”, misturando ficção, material de arquivo raro e canções que atravessaram gerações. No mesmo dia, o público assiste ao curta “INDEX”, do artista visual João Lobo, radicado em Lisboa.

Com o Aruanda Praia, o festival ganha ares de grande celebração ao ar livre. Em 4 de dezembro, a areia de Tambaú recebe um tributo pelos 80 anos de Raul Seixas, com a exibição do filme “Raul – O Início, O Fim e O Meio”, de Walter Carvalho, seguido por um show especial com dez artistas paraibanos e, às 22h, a inédita apresentação do Rock das Aranhas Show Live, comandado por Paula Chalup e Vivi Seixas, filha do cantor. No dia seguinte, o espaço se transforma novamente para homenagear Sidney Magal, com a exibição de “Me Chama Que Eu Vou”, documentário dirigido por Joana Mariani. Encerrando a noite, o próprio Magal sobe ao palco para cantar seus grandes sucessos.

As homenagens deste ano também reforçam a importância de quem constrói, incentiva e pensa o cinema brasileiro. Recebem o troféu Aruanda Maria do Rosário Caetano a crítica e pesquisadora que lhe dá nome; Jandira Feghali é homenageada pelo legado da Lei Aldir Blanc; e a Rede Cinépolis recebe reconhecimento pela difusão do cinema brasileiro por meio do festival. As homenagens póstumas celebram dois gigantes: Jean-Claude Bernardet, falecido em julho, e Silvio Tendler, morto em setembro de 2025.

A programação literária amplia o diálogo com outras áreas da cultura. Entre os lançamentos, o público terá acesso a Lula, Volume 1, de Fernando Morais; Cultura é Poder, de Jandira Feghali; e Luz & Sombra, de André Cananéa. Na área formativa, o VI Laboratório Aruanda/Energisa, ministrado por Susanna Lira, proporcionará três dias de imersão em processos de roteiro, direção e produção, culminando em apresentações de pitching para plataformas de streaming. Outras atividades incluem a oficina de Renato Vallone sobre montagem e trágico no documentário, e a oficina de Carine Fiúza, dedicada às representações do corpo negro no cinema paraibano e às epistemologias do Cinema Negro produzido por mulheres.

A pós-produção também ganha espaço na masterclass Mistika: Do corte ao DCP, com Thiago Belconfine, que compartilhará sua experiência em cinema, TV e streaming. Enquanto isso, as mostras competitivas e especiais revelam a amplitude da programação: produções paraibanas, nacionais, internacionais, universitárias e infantojuvenis compõem um mosaico que reflete tanto a diversidade quanto o vigor do audiovisual brasileiro. A Mostra Sob o Céu Nordestino traz uma nova safra de longas e curtas paraibanos e da região, enquanto a Mostra Nacional reúne filmes de todo o país, entre eles “Honestino”, “Ato Noturno”, “Cyclone” e “Corpo da Paz”. Já a Mostra Cinema dos 4 Cantos do Mundo destaca curtas feitos por estudantes da China, França, Alemanha, Portugal e Estados Unidos.

Sessões especiais complementam a programação, incluindo os filmes “Jorge Quer Ser Repórter”, “Lendo o Mundo”, “A Pedra do Reino e o Sertão de Dom Pantero”, “Habeas Pinho” e uma série de curtas documentais produzidos em Paris para a Sessão Premièr Paris/Paraíba. Ao longo da semana, debates diários no Hotel Aram, conferências, mesas transmitidas ao vivo e encontros sobre preservação audiovisual e políticas culturais ampliam o caráter formativo do festival. Destaque para a conferência com o diretor da Ancine, Paulo Alcoforado, e para a participação de Jandira Feghali em um debate sobre os cinco anos da Lei Aldir Blanc.

Entre os convidados presentes nesta edição estão Bruno Gagliasso, Gabriel Faryas, Cirillo Luna, Hermila Guedes, Magali Biff, Sidney Magal, Susanna Lira, Vivi Seixas, Renato Vallone, além do homenageado Geraldo Vandré. O júri das diversas mostras reúne nomes como Caco Ciocler, Fernando Morais, Simone Zucolotto, Hermila Guedes, Susanna Lira, João Lobo e Amanda Aouad.

Saiba mais no site oficial do evento e nas redes sociais.