Equatorianos rejeitam bases estrangeiras e nova Constituição em referendo
Na semana em que milhares de pessoas marcham pela Amazônia na COP30, o Equador decidiu algo que ultrapassa suas fronteiras e toca todo o continente.
Pati Lima Felix
Na semana em que milhares de pessoas marcham pela Amazônia na COP30, o Equador decidiu algo que ultrapassa suas fronteiras e toca todo o continente.
Quem controla o arco amazônico?
A consulta popular rejeitou a proposta que permitiria instalar bases militares estrangeiras e abrir caminho para reescrever a Constituição, justamente a Constituição que foi pioneira no mundo ao reconhecer a natureza como sujeito de direitos.
Quando se fala em bases estrangeiras na Amazônia, não se fala apenas de segurança.
Fala-se de geopolítica, de disputa entre potências, de vigilância sobre territórios indígenas, de corredores de minérios e petróleo, de florestas tratadas como zonas militares.
E qual seria o primeiro país estrangeiro a instalar bases militares no Equador, caso o referendo tivesse resultado diferente?
Se os EUA instalassem bases no Equador, entrariam também pela porta da Amazônia.
E quem controla a Amazônia, controla água, clima, rotas, minerais, futuro.
O povo do Equador disse não!
- Não às bases.
- Não à reescrita apressada de uma Constituição que protege rios, montanhas e comunidades.
- Não ao risco de que a natureza deixasse de ser sujeita para voltar a ser recurso.
O voto do povo equatoriano deságua em toda a Pan-Amazônia: Não é só sobre um território.



