CEO da COP30 diz que protestos indígenas são “legítimos” e parte da democracia
Movimento Ipererg Ayu do povo Munduruku realizou protesto em frente à Blue Zone e foram recebidos por representantes do governo.
Por Pedro Madeira para cobertura colaborativa NINJA na COP30
A CEO da COP30, Ana Toni, afirmou nesta sexta-feira (14) que os protestos indígenas realizados durante a conferência em Belém são “legítimos” e “parte da democracia brasileira”. A fala ocorreu poucas horas depois de indígenas Munduruku bloquearem a entrada da Blue Zone, área de acesso restrito, antes do início do quinto dia de debates.
Toni enfatizou que a presença indígena — dentro e fora da área oficial — é central para a conferência e que todos têm o direito de se manifestar como os indígenas fizera. “O presidente Lula poderia ter escolhido São Paulo ou Rio de Janeiro, mas não veríamos os povos indígenas como estamos vendo aqui — e estamos dialogando com eles”, disse l, em coletiva. Ela reforçou que esta é a “COP mais inclusiva para os povos indígenas”.
A declaração vem em meio à pressão da ONU, que cobrou do governo brasileiro um plano imediato para corrigir falhas de segurança e infraestrutura da conferência. Na quarta-feira (12), o chefe da Convenção do Clima, Simon Stiell, enviou uma carta ao Planalto após manifestantes ocuparem a Blue Zone e entrarem em confronto com seguranças.
Toni disse que a organização seguirá dialogando com os manifestantes, mas dentro dos protocolos de segurança: “Os protestos fazem parte de uma democracia forte, como a do Brasil.”
No campo diplomático, a CEO anunciou ainda que 23 países aderiram ao compromisso de quadruplicar o uso de combustíveis alternativos, como etanol e hidrogênio verde — uma das metas técnicas discutidas na COP30.



