Desafios climáticos vivenciados pelos povos indígenas da Guiana Francesa e do Brasil
Indígenas do Brasil e Guiana denunciam pragas, erosão e ameaças climáticas que afetam roças, casas e modos de vida.
Por Marília Cortte, da Cobertura Colaborativa da COP 30 da Casa Ninja Amazônia
Foi realizado um encontro no Espaço dos Povos, na Green Zone, nesta sexta-feira (14), para compartilhar as experiências dos povos indígenas da fronteira entre o Brasil e a Guiana Francesa, uma região onde a linha divisória foi traçada sobre território indígena.
Essas experiências surgiram de um encontro organizado pelo Instituto de Pesquisa e Formação Indígena, cujo coordenador executivo, Luis Donisete, ressaltou a importância de pensar coletivamente sobre o que está acontecendo nessa região.
Por sua vez, o Cacique Edmilson Karipuna (presidente do Conselho de Caciques dos Povos Indígenas do Oiapoque) e Luene Karipuna (coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Amapá e Norte do Pará) compartilharam as experiências dos povos no Amapá, onde a “vassoura-de-bruxa” está devastando plantações de mandioca e afetando a segurança alimentar das comunidades.
“A relação com a roça é muito importante; é ali que as pessoas aprendem suas histórias, sua língua, os cantos tradicionais. É um momento de educação indígena que foi impactado pela praga”, relataram.
Já Tiffanie Hariwanari e Félix Tiouka Awala-Yalimapo, do povo Kali’na, compartilharam como Awala-Yalimapo, a cidade onde vivem, está sendo afetada pela erosão costeira e como a elevação do nível do mar está provocando a destruição das casas. “Seremos nós os primeiros refugiados climáticos da Guiana?”, concluíram.



