O Festival do Rio encerrou sua 27ª edição em clima de celebração, consagrando o melhor do cinema contemporâneo brasileiro e internacional. A cerimônia de entrega dos prêmios aconteceu na noite deste domingo (12), no icônico Cine Odeon – Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, reunindo cineastas, elenco, equipes técnicas, jornalistas e convidados em uma das noites mais aguardadas do calendário audiovisual do país. Os atores Clayton Nascimento e Luisa Arraes conduziram o evento como mestres de cerimônia.

Criado para valorizar a diversidade e a excelência da produção nacional, o Troféu Redentor reconhece anualmente os destaques da Première Brasil, principal vitrine de lançamentos brasileiros do festival, dividida entre a Competição Principal e a mostra competitiva Novos Rumos. Já o Prêmio Felix, dedicado a obras com temática LGBTQIAPN+, reafirmou o compromisso histórico do Festival do Rio com a pluralidade de vozes, identidades e narrativas que atravessam o cinema brasileiro e mundial.

A edição de 2025 também marcou o retorno do voto popular à Première Brasil, com o público elegendo seus favoritos nas categorias de Melhor Longa de Ficção e Documentário, além de Melhor Longa da mostra Novos Rumos.

O grande vencedor da noite foi “Pequenas Criaturas”, de Anne Pinheiro Guimarães, que levou o principal prêmio da competição. Outro destaque foi “Apolo”, documentário dirigido por Tainá Müller e Ísis Broken, consagrado como Melhor Longa Documentário. Já “Cheiro de Diesel”, de Natasha Neri e Gizele Martins, emocionou o público e a crítica ao conquistar o Prêmio Especial do Júri e o título de Melhor Documentário pelo Júri Popular, com uma narrativa potente e urgente sobre realidades periféricas — um dos momentos mais comoventes da cerimônia.

A noite também foi marcada por vitórias históricas. A atriz Diva Menner, travesti e negra, foi premiada como Melhor Atriz Coadjuvante por “Ruas da Glória”, arrancando aplausos entusiasmados e transformando o palco do Odeon em um espaço de afirmação e representatividade. Outro marco importante veio de “Uma Em Mil”, de Jonatas Rubert e Tiago Rubert, vencedor de Melhor Longa-Metragem na mostra Novos Rumos — o primeiro longa dirigido por uma pessoa com deficiência intelectual a conquistar o prêmio.

Confira a lista completa de premiados:

Première Brasil: Competição Principal

  • Melhor Longa-Metragem de Ficção: Pequenas Criaturas, de Anne Pinheiro Guimarães
  • Melhor Longa-Metragem de Ficção (Voto Popular): #SalveRosa, de Susanna Lira
  • Melhor Direção de Longa-Metragem de Ficção: Rogério Nunes, por Coração das Trevas
  • Melhor Atriz: Klara Castanho, por #SalveRosa
  • Melhor Ator: Gabriel Faryas, por Ato Noturno
  • Melhor Longa-Metragem Documentário: Apolo, de Tainá Müller e Ísis Broken
  • Melhor Longa-Metragem Documentário (Voto Popular): Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins
  • Prêmio Especial do Júri: Cheiro de Diesel, de Natasha Neri e Gizele Martins
  • Melhor Direção de Documentário: Mini Kerti, por Dona Onete – Meu Coração Neste Pedacinho Aqui
  • Melhor Atriz Coadjuvante: Diva Menner, por Ruas da Glória
  • Melhor Ator Coadjuvante: Alejandro Claveaux, por Ruas da Glória
  • Melhor Roteiro: Filipe Matzembacher e Marcio Reolon, por Ato Noturno
  • Melhor Fotografia: Luciana Baseggio, por Ato Noturno
  • Melhor Direção de Arte: Claudia Andrade, por Pequenas Criaturas
  • Melhor Montagem: André Finotti, por Honestino
  • Melhor Som: Ariel Henrique e Tales Manfrinato, por Love Kills
  • Melhor Trilha Sonora Original: Plínio Profeta, por Apolo
  • Melhor Figurino: Renata Russo, por #SalveRosa
  • Melhor Curta-Metragem (ex aequo): Sebastiana, de Pedro de Alencar, e O Faz-Tudo, de Fábio Leal

Première Brasil: Novos Rumos

  • Melhor Longa-Metragem: Uma Em Mil, de Jonatas Rubert e Tiago Rubert
  • Melhor Longa-Metragem (Júri Popular): A Herança de Narcisa, de Clarissa Appelt e Daniel Dias
  • Melhor Direção: João Borges, por Espelho Cigano
  • Melhor Atriz: Ana Flavia Cavalcante e Mawusi Tulani, por Criadas
  • Melhor Ator: Márcio Vito, por Eu Não Te Ouço
  • Menção Honrosa de Melhor Atriz: Docy Moreira, por Espelho Cigano
  • Prêmio Especial do Júri: Nada a Fazer, de Ângela Leal e Leandra Leal
  • Melhor Curta-Metragem: Ponto Cego, de Luciana Vieira e Marcel Beltrán
  • Menção Honrosa: Os Arcos Dourados de Olinda, de Douglas Henrique

Prêmio Felix

  • Melhor Filme Brasileiro: Ato Noturno, de Marcio Reolon e Filipe Matzembacher
  • Melhor Filme Internacional: A Sapatona Galáctica (Lesbian Space Princess), de Leela Varghese e Emma Hough Hobb
  • Melhor Documentário: Copacabana, 4 de Maio, de Allan Ribeiro
  • Prêmio Especial do Júri: Me Ame Com Ternura (Love Me Tender), de Anna Cazenave Cambe