
14º Filmambiente exibe 47 filmes gratuitos no RJ e homenageia o biólogo Mario Moscatelli
Festival de cinema ambiental mais importante da América Latina acontece de 27 de agosto a 5 de setembro, com sessões presenciais e online
Entre os dias 27 de agosto e 5 de setembro, o Rio de Janeiro recebe a 14ª edição do Filmambiente, o mais tradicional festival de cinema ambiental da América Latina. Com exibições gratuitas no Estação NetRio, Biblioteca Parque Centro e Jardim Botânico, a programação reúne 47 filmes de 25 países, explorando temas ligados ao meio ambiente, sustentabilidade, justiça climática e suas interseções com cultura, política e memória.
Neste ano, o festival presta homenagem ao biólogo Mario Moscatelli, reconhecido por seu trabalho de recuperação de ecossistemas como os manguezais da Lagoa Rodrigo de Freitas, do Canal do Fundão, do Aterro de Gramacho e do sistema lagunar de Jacarepaguá. “Num ano em que a licença para devastar é uma ameaça real, nada melhor que homenagear quem dedica a vida a restaurar a natureza destruída pelo avanço do homem”, afirma a fundadora e curadora do festival, Suzana Amado.
Tema: Colonialismo Ambiental
Guiada pelo tema “Colonialismo Ambiental”, a curadoria desta edição propõe um olhar crítico sobre o apagamento de culturas, ocupações forçadas de territórios e deslocamentos de populações. A seleção destaca como países do sul global são os mais impactados pelas mudanças climáticas provocadas majoritariamente por nações do norte global. O festival conta com quatro categorias competitivas: Longa-Metragem Brasileiro, Longa-Metragem Internacional, Curta Documentário e Curta Ficção/Animação.
Abertura e encerramento com debates
A sessão de abertura, no dia 27 de agosto, será com o filme Sukande Kasáká, Terra Doente (2025), dirigido por Kamikia Kisedje e Fred Rahal. A obra acompanha a luta do povo indígena Kisêdjê contra a contaminação causada por agrotóxicos no entorno da aldeia. Após a exibição, os diretores participam de um debate com o público.
O festival se encerra no dia 5 de setembro com o longa Paraíso (2024), de Ana Rieper, que constrói uma narrativa audiovisual e musical a partir de imagens de arquivo. O filme articula memória, resistência e afetos em torno da relação entre posse da terra e violência histórica no Brasil.
Destaques internacionais
Entre os destaques da competição internacional, está o documentário polonês A Cidade Que Se Mudou, de Natália Pietsch e Grzegorz Piekarski, que acompanha os últimos dias da vila histórica de Hasankeyf, no Curdistão, prestes a ser inundada por uma barragem do governo turco. Também chama atenção o documentário norte-americano Permanecer Nativo (2025), de Paige Bethmann, que segue a jornada do jovem indígena Ku Stevens, de 17 anos, em busca de se tornar atleta universitário, enquanto lida com o trauma herdado do bisavô, sobrevivente de um internato forçado.
Presença internacional: Visions du Réel no Brasil
Em uma iniciativa inédita, o Filmambiente recebe uma Carte Blanche do festival suíço Visions du Réel, um dos maiores eventos de documentário do mundo. Com apoio da Embaixada da Suíça, a colaboração traz seis filmes da edição mais recente do festival europeu para o público brasileiro.
Além da exibição, o curador e codiretor de programação Mourad-Anis Moussa estará no Rio para ministrar uma masterclass para 35 diretores, produtores e curadores brasileiros, no dia 29 de agosto, na Casa da Suíça.
Programação para estudantes e exibições online
Além das sessões no Estação NetRio, o Filmambiente oferece uma programação especial para estudantes em espaços como a Biblioteca Parque Centro e o Galpão das Artes do Jardim Botânico. Também haverá exibições online para todo o Brasil por meio da plataforma Porta Curtas, com acesso gratuito via ClaroTV+.
Saiba mais no site oficial do evento.