Por Kaio Phelipe

Fundada em setembro de 2021 por Sandra Andréa e Renato Alvaro, a Bangay estreou no carnaval de 2022 com o enredo Os segredos e os mistérios do número 7. Com sede no bairro de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, a escola composta majoritariamente pela comunidade LGBTQIAPN+ se junta a outras importantes agremiações da região, como Mocidade Independente de Padre Miguel e Unidos de Padre Miguel, ambas no Grupo Especial, e Unidos de Bangu, que desfila na Série Ouro.

A Bangay tem a diversidade como seu principal pilar, com a comunidade LGBTQIAPN+ ocupando posições de destaque. A escola reafirma que a comunidade sempre teve um papel central no Carnaval carioca, sendo impossível imaginar a festa sem a presença de drag queens, travestis, mulheres trans, homens trans, bissexuais, lésbicas e gays. No entanto, é importante destacar que pessoas cisgêneras e heterossexuais também possuem espaço na agremiação.

Inicialmente, a Bangay surgiu como bloco de rua, o Bangay Folia, idealizado por Sandra Andrea em 2016. A proposta era dar visibilidade aos seus amigos da comunidade LGBTQIAPN+ que trabalhavam nos bastidores da Marquês de Sapucaí, proporcionando a eles a chance de aproveitar o carnaval.

Neste ano, a escola vai se apresentar no dia 7 de março pela Série Bronze, na Intendente Magalhães, estrada que conecta a zona oeste e a zona norte da cidade, com o enredo Nordestino é sinônimo de luta, cultura e tradição.

Com este enredo, a Bangay tem como objetivo ampliar a conscientização sobre os nove estados que formam o Nordeste do país, destacando suas histórias, culturas e ancestralidades, mostrando a fusão entre as tradições dos colonizadores portugueses, dos africanos em diáspora e dos povos indígenas. Esse legado é refletido nas diversas formas de expressão e resistência do povo nordestino, que sempre enfrentou adversidades como seca, fome e abandono. 

Foto: Arquivo Bangay

Com orgulho de suas origens, os nordestinos sempre foram importantes para as principais conquistas políticas do Brasil. São nove estados unidos por um sentimento de força e resistência, em um lugar não apenas rico em diversidade e paisagens, mas também em conhecimento, esforço e liderança. 

Parafraseando Euclides da Cunha, em Os Sertões, um dos principais livros da literatura brasileira: “O nordestino é, antes de tudo, um forte.”

Foto: Arquivo Bangay