Por Eloá Souza / Minas NINJA

A trajetória do Carnaval de Belo Horizonte, em Minas Gerais, é marcada por uma ascensão meteórica, impulsionada pelo protagonismo popular e pela efervescência cultural. Se hoje a cidade se firma como um dos principais destinos da folia no país, foi porque, no fim da década de 2000, a população se mobilizou para reivindicar seu direito de festejar nas ruas.

No final dos anos 2000, vimos o surgimento de blocos independentes e de movimentos como a Praia da Estação, que protestava contra o decreto do então prefeito Marcio Lacerda (PSB), que proibia manifestações culturais espontâneas nas praças da cidade. O movimento reuniu centenas de pessoas no centro de BH, reivindicando o direito de ocupar os espaços públicos com lazer e cultura. Essa efervescência se espalhou e, pouco a pouco, os blocos de rua começaram a crescer, ganhando adeptos e moldando um novo modelo de Carnaval para a capital mineira.

Foto: Arquivo / Fora do Eixo Minas
Foto: Arquivo / Fora do Eixo Minas

O Carnaval de BH ganhou notoriedade nacional em 2015, quando atingiu pela primeira vez a marca de 1 milhão de foliões nas ruas. O crescimento chamou a atenção da mídia e de turistas de todo o país, colocando a cidade no radar da folia brasileira. A cada ano, mais blocos surgiam, e a estrutura da festa precisava se adaptar ao novo patamar.

Dez anos após sua explosão, o Carnaval de Belo Horizonte chega a 2025 com números impressionantes. São esperados 6 milhões de foliões e mais de 600 blocos, em um evento que deve movimentar R$ 1 bilhão na economia local.

O Carnaval de Belo Horizonte, que em 2025 chega com números impressionantes, também carrega em seu espírito a luta por causas sociais e ambientais. Este ano, a festa se destaca pela temática de resistência climática e ancestralidade, pautas urgentes que permeiam a atualidade. Além disso, questões como o monopólio da Ambev e a desvalorização do pagamento dos catadores de recicláveis foram levantadas, trazendo à tona a importância de um Carnaval que não apenas celebra, mas também luta. Assim, o Carnaval de BH segue sendo um espaço de resistência, reafirmando seu compromisso com a transformação social, cultural e ambiental.

Foto: Arquivo / Fora do Eixo Minas
Foto: Arquivo / Fora do Eixo Minas
Foto: Arquivo / Fora do Eixo Minas
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