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No Equador, haverá segundo turno nas presidenciais e o correísmo se anima para frear a direita
O presidente Daniel Noboa, que venceu as últimas eleições do Equador apesar de sua curta trajetória política, e Luisa González, apadrinhada pelo ex-presidente Rafael Correa, voltarão a se enfrentar no segundo turno em 13 de abril.
Luisa González, candidata do ex-presidente Rafael Correa, e o atual presidente Daniel Noboa irão novamente para o segundo turno para definir a presidência do Equador. A eleição se polarizou de forma extrema e ambos os candidatos concentraram 90% dos votos em uma jornada que contou com 16 candidaturas.
Noboa obteve 45% dos votos contra 43% de González, em uma diferença que, tudo indica, continuará diminuindo e poderia resultar em um empate técnico.
No correísmo, a expectativa é muito alta, pois acreditam que a margem de crescimento é suficiente para permitir a vitória no segundo turno em 13 de abril.
Em termos numéricos, o terceiro em discórdia é Leónidas Iza, o líder da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador, um movimento social fundamental para a dinâmica social do país. Ao contrário de outros dirigentes indígenas, Iza tem uma relação melhor com o partido de Rafael Correa do que seus antecessores, mas suas bases são reticentes ao correísmo. No entanto, afirmam fontes do Equador, é muito difícil que os indígenas escolham Noboa, que busca criminalizá-los, em vez de González, que tentará construir pontes. Pelo lado de Noboa, para vencer no segundo turno, ele deveria garantir os dois pontos obtidos por Andrea González, uma candidata que o correísmo afirma ser financiada pelo governo.
O capital de Noboa para aspirar a ganhar a eleição é aglutinar o anticorreísmo, uma força social que levou Guillermo Lasso a vencer em 2021 e o próprio Noboa a derrotar a Revolução Cidadã em 2023, quando se votou a liderança para completar o mandato de Lasso.
O certo é que, nos últimos cinco anos, o Equador se tornou o novo paraíso dos cartéis internacionais de droga, com aumento de sequestros, em um contexto em que as perseguições, detenções e assassinatos estão em ascensão. A escalada de confrontos levou o Equador a se posicionar como o território com a maior taxa de homicídios na região latino-americana durante 2023. Um dado que mostra a gravidade do conflito é que, somente em 2025, mais de 600 líderes sociais foram assassinados.
Noboa pretende ser parte do primeiro círculo de relações de Trump na região, junto com Javier Milei. O equatoriano foi convidado para a posse do republicano e recentemente se alinhou ao magnata ao aplicar 27 por cento de tarifas ao México como forma de pressionar o país a aceitar a entrada do Equador na Aliança do Pacífico.
Por isso, esta eleição representa um golpe para Milei em sua pretensão de somar aliados para acabar com a esquerda na região. Por ora, a batalha de abril definirá qual modelo de país e de região controlará os destinos equatorianos.