Enquanto uma cúpula global começa, outra chega à sua conclusão. Líderes mundiais estão começando a semana em aviões para o Rio, onde a Cúpula do G20 começa na segunda-feira (18). Enquanto isso, na capital do Azerbaijão, Baku, autoridades governamentais tentarão negociar um acordo financeiro significativo para ajudar na redução do clima antes do término da reunião da COP29 na sexta-feira.

Joe Biden participa do G20, em uma de suas últimas visitas de Estado como presidente dos EUA. Assim como o presidente chinês Xi Jinping e o presidente francês Emmanuel Macron, que chega de uma viagem a outro lugar na região. O primeiro-ministro britânico Sir Keir Starmer estará no Rio na segunda e terça-feira e deve ter uma reunião bilateral com Biden, e possivelmente uma conversa com Xi após a viagem de seu secretário de Relações Exteriores David Lammy à China no mês passado.

No entanto, as negociações realmente tiveram um início alineado, com os países concordando com uma parte fundamental dos planos para os mercados globais de carbono. Mas as negociações maiores, sobre uma nova meta financeira global para ajudar os países mais pobres a mudar para a energia verde e se adaptar a um mundo mais quente, foram menos bem-sucedidas.

Ministros do governo chegaram a Baku no fim de semana e, a partir de segunda-feira, começam oss diálogos oficiais. Os países mais pobres querem principalmente uma meta de US$ 1 trilhão. Há uma sensação geral de que um acordo é necessário, embora os países ricos estejam relutantes em desembolsar grandes somas. Todos os olhos estão voltados para a China para ver se ela está disposta a contribuir. Para ter uma visão completa, leia este relatório da minha colega Attracta Mooney, que está em Baku.

O arrastar implacável de guerras que assolam o mundo atinge um marco sombrio esta semana, quando passamos do milésimo dia desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia. Assim como nas reuniões do G20 e da COP29, a principal preocupação é o que acontecerá quando Donald Trump se tornar presidente dos EUA novamente, tendo se gabado na campanha eleitoral de que acabaria com o conflito em 24 horas.

As metas da disputa

“Todos os países em desenvolvimento parecem estar muito próximos dos U$ 1,3 bilhão de dólares. Isso não é um teto. É o que eles querem. É o que pensam que precisam”, disse Debbie Hillier, diretora política da Mercy Corps. “Os Estados Unidos e o Canadá estão constantemente a falar de uma base de U$ 100 milhões de dólares. Portanto, temos U$ 100 milhões de dólares numa ponta e U$ 1,3 trilhão de dólares” na outra ponta, disse à agência AP.

Enquanto os países pobres propuseram um valor para o pacote total final, as nações ricas doadoras evitaram cuidadosamente dar um total, optando, em vez disso, por definir um valor no final do jogo de negociação, disse Hillier.

“Há uma falta de intenção por parte dos países desenvolvidos de serem realmente transparentes e mostrarem empenho”, disse Harjeet Singh, diretor de envolvimento global da Iniciativa do Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis. “Não disseram uma única palavra sobre qual será o total final, o que é muito preocupante”.

O Secretário para o Clima da ONU, Simon Stiell, afirmou que “as negociações sobre questões-chave precisam de avançar muito mais rapidamente”.

“O que está em jogo aqui em Baku”, disse Stiell, ‘é nada menos do que a capacidade de reduzir para metade as emissões nesta década e proteger vidas e meios de subsistência da intensificação dos impactos climáticos’.

Com informações da Agência AP e do Financial Times