De 13 a 24 de novembro, a Cinemateca Brasileira, em São Paulo (SP), recebe a 10ª Mostra Mosfilm de Cinema Soviético e Russo, celebrando o legado do Estúdio Mosfilm, o maior estúdio cinematográfico da Rússia. O estúdio chega aos cem anos tendo produzido mais de 2 mil longas-metragens, muitos deles entre os mais importantes da história do cinema, e há pouco mais de 10 anos, a distribuidora CPC-UMES Filmes iniciou no Brasil o licenciamento e a distribuição de filmes do mesmo.

A programação deste ano traz 20 longas-metragens, sendo oito nunca antes exibidos no evento e 12 apresentados nas nove edições anteriores.

A abertura da Mostra ficará por conta de um dos filmes mais aguardados pelos frequentadores das edições anteriores e apreciadores da cinematografia soviética e russa: “Asas” (1966), da diretora Larisa Shepitko. Restaurado este ano pelo Mosfilm, o longa conta a história de Nadezhda Petrukhina, ex-piloto de caça na Segunda Guerra Mundial, que luta para se adaptar à nova vida em tempos de paz. Agora diretora de uma escola técnica, Petrukhina tem que lidar com as questões comportamentais dos jovens estudantes e a desconexão com sua filha, além da vontade de voltar a voar.

“Asas” foi o primeiro filme de Shepitko após sua graduação no Instituto Estatal de Cinema (VGIK), e foi um grande sucesso de crítica e público na sua estreia. Os espectadores ficaram impressionados com a atuação de Maya Bulgakova, que interpretou a protagonista.

Entre as novidades, além de “Asas”, estão “Os Sinos da Noite” (1973), drama de Vassily Shukshin, que é o verdadeiro retrato da alma russa; “Minin e Pozharsky” (1939), de Vsevolod Pudovkin e Mikhail Doller, um dos raros filmes sobre a invasão da Polônia à Rússia em 1911-12; o fundamental “A Greve” (1924), de Serguey Eisenstein; a aventura “Velas Escarlates” (1961), do mago dos efeitos especiais Aleksandr Ptushko; a deliciosa comédia “Romance de Escritório” (1977), de Eldar Ryazanov; “Noites Brancas” (1959), adaptação de Ivan Pyriev para o romance de Dostoievski, e “Não Pode Ser!” (1975), do campeão de bilheterias Leonid Gayday.

A seleção do melhor das mostras anteriores traz “Tigre Branco” (2012), de Karen Shakhnazarov; “Vá e Veja” (1985), de Elem Klimov; “Moscou Não Acredita em Lágrimas” (1979), de Vladimir Menshov; “Dersu Uzala” (1975), de Akira Kurosawa; “O Espelho” (1975), de Andrei Tarkovsky; “As Aventuras Extraordinárias de Mr. West no País dos Bolcheviques” (1924), de Lev Kuleshov; “Circus” (1936), de Grigori Aleksandrov; “Quando Voam as Cegonhas” (1957), de Mikhail Kalatozov; “O Comunista” (1957), de Yuli Raizman; “A Balada do Soldado” (1959), de Grigori Chukhray; “O Destino de um Homem” (1959), de Serguei Bondarchuk, e o documentário “O Fascismo de Todos os Dias” (1956), de Mikhail Romm.

A entrada é franca, com ingressos disponíveis uma hora antes de cada sessão.

Mais detalhes sobre a programação da mostra podem ser encontrados no site do Centro Popular de Cultura da UMES e nas redes sociais.