O Festival Amazônia Mapping 2024 abriu inscrições para laboratórios gratuitos de arte e tecnologia, ministrados por profissionais de trajetória nacional e internacional. As aulas serão realizadas de 29 a 31 de outubro, no Espaço Cultural Gueto Hub e no Museu do Estado do Pará, em Belém. As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas pelo site do Festival.

O Festival, que coloca a Amazônia na rota global de grandes eventos de mapping, foi idealizado pela artista visual Roberta Carvalho e pela cantora e compositora Aíla, dupla de destaque na arte contemporânea da Amazônia, e que desenvolve uma série de projetos coletivos, em busca de dar protagonismo às vozes do Norte do Brasil.

Ao longo de seus 11 anos de existência, o Festival Amazônia Mapping tem fomentado encontros inéditos entre arte e público, recebendo cerca de 200 artistas e atraindo um público de mais de 50 mil pessoas. Nas edições de 2013, 2016 e 2017, movimentou Belém e Santarém com arte e tecnologia no espaço urbano. Em 2020, realizou uma edição 100% online e ganhou a categoria “Inovação: Música e Tecnologia”, um importante prêmio da Semana Internacional de Música de São Paulo (SIM SP), a maior feira do mercado de música da América Latina.

“Ao longo desses 11 anos, o Festival Amazônia Mapping se consolidou como uma plataforma para o desenvolvimento de artistas no Pará e na Amazônia como um todo. Através das atividades formativas, como oficinas, palestras e mentorias, o festival contribuiu diretamente para a profissionalização de muitos artistas que hoje são referências em artes visuais e tecnologia na região. Percebemos frutos concretos desse trabalho ao observar o crescimento da cena artística local. Muitos artistas tiveram no festival seu primeiro contato com essas ferramentas e, a partir dessa experiência, passaram a atuar de forma independente, desenvolvendo seus próprios projetos e participando de outros festivais no Brasil e no exterior”, celebra Roberta.

Em 2024, o Amazônia Mapping volta às ruas e se expande ao trazer para as projeções mapeadas obras de toda a Pan-Amazônia, em programação de 28 de outubro a 2 de novembro. O projeto tem patrocínio master do Instituto Cultural Vale via Lei de Incentivo à Cultura, apoio do Museu do Estado do Pará, Sistema Integrado de Museus, Secretaria de Cultura do Pará, Fundação Cultural de Belém e Prefeitura de Belém. Idealização e produção da 11:11 Arte, com realização do Ministério da Cultura e do Governo Federal. 

Primeiros passos 

A programação traz dois laboratórios. Dia 29, de 14h às 21h, os artistas visuais Astigma e Roberta Carvalho ministram o encontro “Projetar para Transformar: a Cidade como Tela”, no Gueto Hub. 

Com o uso de aplicativos simples de celular e softwares acessíveis, os alunos irão explorar as infinitas possibilidades de projetar imagens e palavras em muros e superfícies urbanas. A oficina é aberta a todos os públicos, e oferece uma abordagem prática e acessível para quem deseja mergulhar no mundo das projeções.

Artista multimídia e VJ, Astigma desenvolve trabalhos com vídeo mapping, vídeo clipes, motion, curtas, videoarte, 3D, animação, generative art e documentários de forma colaborativa e independente. Atua como VJ desde 2014, já projetou em festivais como SSA Mapping (BA) e Virada Cultural (SP). Astigma também é cofundador do coletivo Cine de Rua.


Um dos maiores nomes do campo das artes na Amazônia contemporânea, Roberta Carvalho se destaca também fora do país. Ano passado, realizou o espetáculo “Pororoca” em Nova York, que ocupou as telas da Times Square com obras de artistas visuais amazônidas, promovendo um diálogo entre arte, ativismo e a visibilidade da nossa cultura em um dos centros urbanos mais icônicos do mundo. No Rock in Rio 2022, foi diretora artística e curadora da NAVE, uma instalação imersiva que levou mais de 50 artistas amazônidas para o maior festival de música do mundo.  

A dupla ministra o laboratório cujo o foco será a criação de mensagens visuais que questionem e expressem temas relevantes para a sociedade. “É uma oportunidade única para experimentar o poder da projeção como ferramenta de expressão artística e social. Nesta oficina, serão abordados conceitos básicos de videomapping e como essa técnica pode ser utilizada para projetar imagens e palavras que gerem reflexões e reivindicações sobre o mundo contemporâneo”, diz Roberta.

Projeção para shows

A segunda atividade é para quem quer aprender a criar visuais para grandes palcos de shows e festivais. O laboratório “A Imagem da Música: o video mapping aplicado aos palcos e shows” explora as técnicas e conceitos essenciais para projetar imagens em superfícies tridimensionais, criando experiências imersivas e interativas para espetáculos ao vivo.

O curso abrange desde a concepção visual e a sincronização com a música, até a aplicação de softwares específicos, oferecendo ferramentas práticas para transformar a estética dos palcos e shows com criatividade e tecnologia.

O encontro será ministrado por Graziela Paes, a VJ Grazzi, uma artista visual e professora especializada em video mapping e VJing. Formada em Cinema e Mídias Digitais, ela se tornou uma figura de destaque na cena VJ brasileira, trabalhando com grandes nomes como Baco Exú do Blues, Mano Brown, Ivete Sangalo, Luiz Caldas, NX Zero, Anitta, Luísa Sonza, Pabllo Vittar e outros.

Grazzi também mostrou seu talento em grandes festivais nacionais e internacionais, incluindo Rock In Rio, Lollapalooza Brasil, Coala Festival, Rock The Mountain, Afropunk Bahia, Ibiza Light Festival, Cinetrip Sparty Special e mais.

Suas ideias artísticas, pesquisas e experiência lhe renderam muitos prêmios, incluindo a conquista do torneio VJ Torna International 2018 e o prêmio de melhor trabalho no SSA Mapping Festival 2018 em Salvador, Bahia. Além de seu portfólio, Grazzi também é educadora, compartilhando seu conhecimento por meio de cursos e workshops. Já trabalhou com instituições como VJ University, Centro Universitário IESB e Redley Garagem + MOV Festival.