O temporal que atingiu São Paulo na quarta-feira (23) trouxe mais do que estragos: evidenciou falhas na gestão da Enel, concessionária responsável pela distribuição de energia na capital. Mais de 50 mil imóveis ficaram sem luz após a tempestade, e, embora o número tenha diminuído para 36 mil até a manhã desta quinta-feira (24), a resposta da empresa foi considerada inadequada diante da situação emergencial.

Com a cidade em estado de atenção para enchentes e 13 pontos de alagamento identificados, os problemas na infraestrutura elétrica da Enel ficaram em evidência. O Minhocão, uma das principais vias da região central, ficou alagado, mostrando a fragilidade das medidas de contenção de enchentes. A incapacidade da empresa em garantir um fornecimento de energia seguro durante um evento climático extremo levanta questões sobre sua preparação e resposta a emergências.

Enquanto o Corpo de Bombeiros registrou 51 quedas de árvores na capital, o impacto no trânsito foi significativo. Com mais de mil quilômetros de lentidão reportados por volta das 19h, a situação evidenciou não apenas o caos nas vias, mas também a falta de um planejamento eficaz por parte da Enel para lidar com crises desse tipo. As interrupções no fornecimento de energia tornaram-se um fator adicional de estresse para os moradores, que já enfrentavam os desafios provocados quando mais de 1 milhão de pessoas ficaram sem energia na última semana.