O Brasil, assim como muitos países da América Latina, enfrenta um grave problema de bullying nas escolas. Com 20% de relatos entre os estudantes, o país ocupa o 16º lugar no ranking global, ao lado de Peru e Chile. Este fenômeno não apenas afeta a vida escolar das crianças e adolescentes, mas também traz consequências devastadoras para a saúde mental e emocional dos jovens.

Recentemente, a Costa Rica ganhou destaque ao ser identificada como o país com a maior taxa de bullying no mundo, conforme dados de 2022 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA). Alarmantes 44% dos estudantes costarriquenhos afirmaram ter sido vítimas de bullying em algum momento durante sua trajetória escolar.

Os efeitos do bullying são profundos e, em muitos casos, trágicos. Deiran Campos, um estudante da Costa Rica, compartilha sua experiência dolorosa: “Tive três tentativas de suicídio. A mais forte foi a segunda, e me arrependo de ter tentado a terceira porque, a partir da segunda, entendi que isso era muito egoísta”. Outro aluno revela: “Isso me deixou com muitos problemas de confiança. Acho difícil confiar nas pessoas ao meu redor”.

O bullying é caracterizado por agressões verbais, físicas e psicológicas que ocorrem repetidamente, causando danos a longo prazo, incluindo depressão e ansiedade. O fato de a Costa Rica liderar essa lista chama a atenção, principalmente porque o país possui indicadores de desenvolvimento social e econômico positivos.

As autoridades costarriquenhas argumentam que a alta taxa de bullying pode ser resultado de uma maior conscientização e disposição para denunciar esses casos, além dos esforços das escolas em combater a violência. Entretanto, essa justificativa não esconde a necessidade de uma análise mais profunda sobre as raízes desse problema.