Após anunciar a lista de filmes selecionados, a programação da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo já está disponível! Entre os dias 17 e 30 de outubro, a nova edição do evento exibe 419 títulos de 82 países. A seleção faz um apanhado do que o cinema contemporâneo mundial tem produzido, além de apresentar novas tendências, temáticas, narrativas e estéticas, e homenagear cineastas e produções fundamentais da cinematografia mundial.

Um dos destaques desta edição é o cinema indiano. O conjunto de 30 longas-metragens, contemporâneos e clássicos, reunidos na seleção do Foco Índia e na retrospectiva em homenagem a Satyajit Ray, oferece uma visão abrangente da cinematografia do país, líder mundial na produção de filmes.

Além de assinar a arte do cartaz desta edição, Satyajit Ray (1921-1992), também ganha uma retrospectiva que reúne sete filmes da primeira e mais decisiva década da filmografia do realizador, como uma delicada radiografia das transformações e tensões da sociedade indiana, e que inclui os filmes da Trilogia de Apu.

A seleção de filmes indianos contemporâneos na Mostra revela que as e os cineastas das novas gerações seguem de olhos e ouvidos abertos para captar as realidades de um país em que modernidade e tradição, exuberância e simplicidade caminham juntas. Títulos exibidos e premiados em festivais como os de Cannes, Berlim e Veneza e nos levam até essa cultura que parece distante, mas que o cinema torna muito mais próxima.

Um dos destaques da Foco Índia é a versão restaurada de “Kummatty” (1979). O clássico de Govindan Aravindan faz parte da 1ª Mostrinha, juntamente com “Boong”.

Filmes dirigidos por mulheres também ganham destaque na programação da 48ª Mostra. Serão exibidas 111 obras, entre documentários, ficções e animações, expressam a pluralidade do olhar feminino no cinema.

As diretoras marcam presença em todas as seções da Mostra: Perspectiva Internacional, Mostra Brasil, Competição Novos Diretores, Apresentação Especial e Realidade Virtual.

Há produções premiadas nos principais festivais internacionais, como “Tudo Que Imaginamos Como Luz”, dirigido pela cineasta indiana Payal Kapadia, que venceu o grande prêmio do júri no Festival de Cannes, e “Vermiglio”, com direção da italiana Maura Delpero, que ganhou o grande prêmio do júri no Festival de Veneza, além de “Sujo”, vencedor do grande prêmio do júri no Festival de Sundance, e “Holy Cow”, ganhador do Prêmio da Juventude da seção Um Certo Olhar do Festival de Cannes.

Clássicos restaurados

A 48ª Mostra dá continuidade ao seu olhar sobre a memória e a preservação do cinema, e em meio a centenas de filmes contemporâneos, também apresenta a oportunidade para ver obras restauradas, títulos raros, novas cópias de clássicos e filmes a serem redescobertos. O cinema brasileiro está representado com as restaurações do clássico da Atlântida “Também Somos Irmãos” (1949), de José Carlos Burle e da recém-descoberta cópia de “Auto de Vitória” (1966), filme considerado perdido de Geraldo Sarno. A restauração dos dois títulos foi realizada pela Cinemateca Brasileira.

Já a Cinemateca do Capitólio, de Porto Alegre, participou do restauro que resultou na nova cópia de “Um É Pouco, Dois É Bom” (1970), de Odilon Lopez, realizador que fez parte de uma das primeiras gerações de diretores negros do cinema brasileiro.

A Mostra ainda apresenta mais um filme do projeto de preservação e restauração Memória Hector Babenco: “Brincando nos Campos do Senhor”, de 1991.

No ano em que lembramos das duas décadas da partida de Rogério Sganzerla, a Mostra apresenta, em homenagem ao cineasta, a nova cópia de “Abismu” (1977), filme único na cinematografia brasileira e que foi exibido no Festival de Locarno do ano passado.

Outro filme único e prestes a ser redescoberto é “Onda Nova – Gayvotas Futebol Clube” (1983), de Ícaro (Francisco) C. Martins, José Antonio Garcia, que acompanha as histórias das jogadoras de um time de futebol feminino no ano em que o esporte foi regulamentado para as mulheres no Brasil. O filme foi exibido na 7ª Mostra, em 1983, e logo em seguida, foi proibido pela censura do regime militar.

Também fazem parte da programação as novas cópias de “Os Educadores” (2004), de Hans Weingartner, “Tokyo Melody: Um Filme Sobre Ryuichi Sakamoto” (1985), de Elizabeth Lennard, que acompanha o processo criativo do célebre músico japonês falecido no ano passado, “Capitães de Abril” (2000), de Maria de Medeiros, que faz parte da efeméride da Revolução dos Cravos, e “Paris, Texas” (1984), icônico filme de Wim Wenders e vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes.

Confira todos os detalhes da programação da 48ª Mostra SP no site oficial do evento, assim como em suas redes sociais, como Instagram e Facebook.