O cantor Leonardo foi incluído na “lista suja” do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) após uma fiscalização identificar seis trabalhadores em condições análogas à escravidão na Fazenda Lakanka, em Jussara, Goiás. A fiscalização, realizada em novembro de 2023, encontrou alojamentos precários, sem banheiro, com camas improvisadas e infestação de morcegos. A área em questão está arrendada para outro responsável, que supostamente utilizava os trabalhadores para o cultivo de soja.

O relatório da fiscalização detalha que os trabalhadores resgatados dormiam em uma casa abandonada, utilizavam uma mangueira improvisada para tomar banho e enfrentavam risco de contaminação da água do poço. As condições descritas contrastavam com a estrutura da Fazenda Talismã, que possuía alojamentos melhores para outros trabalhadores.

Segundo o relatório, as fazendas Lakanka e Talismã, ambas sob controle de Emival Eterno da Costa (nome verdadeiro de Leonardo), são contíguas e fazem parte do mesmo conjunto de operações agrícolas. Apesar dos trabalhadores resgatados estarem na Fazenda Lakanka, as duas propriedades foram citadas devido à proximidade e ao vínculo entre as operações. Entre os trabalhadores resgatados estava um adolescente de 17 anos, vivendo em condições insalubres, sem acesso adequado a água potável e instalações mínimas.

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A defesa de Leonardo alega que o cantor não era diretamente responsável pelas condições de trabalho, pois a área onde os problemas foram identificados estava arrendada desde agosto de 2022. O advogado de Leonardo afirmou que, mesmo assim, o cantor pagou as indenizações devidas após a intervenção do Ministério Público do Trabalho (MPT) e que o processo foi arquivado em abril de 2024. A defesa informou que estão sendo tomadas medidas para retirar o nome do cantor da lista divulgada pelo MTE.

Apesar do pagamento das verbas indenizatórias e da assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), a inclusão na “lista suja” seguiu adiante por ser uma atribuição do MTE, independentemente do arquivamento do caso pelo MPT. A decisão gerou “estranheza” por parte do advogado de Leonardo, que ressaltou que o cantor não tinha conhecimento das práticas de trabalho identificadas pelos fiscais.