Milhares de manifestantes saíram às ruas de Buenos Aires e outras cidades argentinas nesta quarta-feira (2) para protestar contra os cortes no orçamento das universidades públicas. O ato foi motivado pela ameaça do presidente Javier Milei de vetar uma lei aprovada pelo Congresso que prevê reajustes de financiamento para as instituições, além de melhorias salariais para os docentes. O movimento reuniu estudantes, professores e representantes de movimentos de esquerda e sindicatos, reivindicando uma resposta imediata à crise que afeta o sistema universitário.

A lei, defendida pelos manifestantes, propõe uma atualização mensal dos salários docentes e o aumento de bolsas de estudo, com base nos índices de inflação. Segundo a Federação Universitária Argentina, o impacto financeiro seria de apenas 0,14% do PIB. No entanto, o governo alega que, apesar de apoiar a ideia de mais investimentos na educação, não há recursos disponíveis para implementar a medida sem comprometer o equilíbrio fiscal.

A administração de Milei defende que os aumentos salariais e os reajustes orçamentários devem ser discutidos dentro da aprovação do orçamento nacional. O governo alega ter feito esforços significativos, como aumentar em 6,8% os salários dos docentes e destinar 49 bilhões de pesos a hospitais universitários, além de elevar em 270% os gastos operacionais das universidades. Mesmo assim, as negociações são vistas como unilaterais pelas instituições de ensino, que acusam o governo de desmonte do sistema científico e de paralisar obras e programas essenciais.