A Suíça e a Itália tomaram a decisão histórica de redesenhar parte de sua fronteira nos Alpes, uma resposta direta ao derretimento acelerado das geleiras causado pelas mudanças climáticas. Este movimento não apenas reflete a urgência da crise climática, mas também destaca como as condições ambientais podem impactar diretamente questões políticas e sociais, especialmente em regiões turísticas sensíveis como as proximidades do Matterhorn.

Tradicionalmente, a delimitação da fronteira entre os dois países seguia os contornos naturais das geleiras e áreas de neve eterna. No entanto, com o recuo significativo das geleiras, os governos decidiram que era hora de reavaliar e ajustar essas fronteiras. O acordo resultante, aprovado oficialmente pela Suíça em 27 de setembro, é um exemplo claro de como os Estados estão sendo forçados a se adaptar às realidades de mudanças provocadas pelo aquecimento global.

Dados alarmantes da Rede de Monitoramento de Geleiras da Suíça (Glamos) revelam que as geleiras do país perderam 4% de seu volume em 2023, após um recorde de 6% em 2022. Esses números evidenciam a gravidade da situação e ressaltam a necessidade de ações concretas.

Especialistas alertam que, se a tendência continuar, geleiras icônicas, como a Aletsch, podem desaparecer em menos de 30 anos, levantando preocupações sobre a preservação ambiental e o futuro do turismo nas montanhas.

*Com informações da Exame