As queimadas no Brasil estão causando graves impactos à fauna em diversas regiões, como Pantanal, Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica. Onças, araras-azuis e macacos têm seus habitats destruídos, e espécies como o peixe-boi e o lobo-guará sofrem diretamente com o fogo e a seca. Até setembro, 619 animais silvestres foram resgatados, mas muitos não conseguem escapar das chamas ou da fumaça, resultando em atropelamentos e mortes.

No Pantanal, 90% da área da Reserva São Francisco do Perigara, refúgio das araras-azuis, foi devastada, e santuários de onças tiveram grandes áreas queimadas. O cenário de devastação afeta também a oferta de alimentos para os predadores, o que pode aumentar o conflito entre animais selvagens e humanos.

Além do Pantanal, outras regiões também enfrentam desafios enormes com as queimadas. No Cerrado, 924 mil hectares de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade foram destruídos até julho, impactando espécies como o lobo-guará. A fumaça desorienta esses animais, que, em busca de abrigo, acabam atropelados nas estradas. Na Amazônia, o fogo fragmenta a floresta e afeta diretamente espécies ameaçadas, como o macaco-aranha-da-cara-branca, que vive em áreas protegidas próximas ao Xingu.

Nos rios amazônicos, o peixe-boi também enfrenta uma realidade crítica. Com a seca, esses animais ficam restritos a áreas menores e se tornam alvo fácil para caçadores ilegais. A carne do peixe-boi, embora proibida, é consumida na região, e a queda no nível dos rios facilita sua captura. Além disso, botos vêm sofrendo com a alta temperatura das águas, e alguns já foram encontrados mortos recentemente, embora as causas exatas ainda estejam sendo investigadas.

A resposta das autoridades inclui resgates e monitoramento, com o Ibama e o ICMBio atuando para proteger os animais. Porém, a dimensão das queimadas e a falta de infraestrutura em algumas áreas dificultam as operações de resgate.