Por Noé Pires

A inventiva artista paraibana Luana Flores, mais conhecida como “Nordeste Futurista”, está pronta para um novo marco em sua carreira com sua primeira EuroTour, e já estamos na contagem regressiva! Com o espetáculo “Nordeste Futurista”, a artista promete encantar o público europeu com sua fusão única de ritmos eletrônicos e afro-brasileiros, que tem feito sucesso por todo o Brasil.

A turnê começa em setembro e vai passar por grandes eventos internacionais como o MIL em Lisboa, MaMA em Paris e o Hefstival em Rotterdam. Além disso, a EuroTour marca a participação de Luana no Programa de Co-criação Brasil-França 2023/2024, da SIM SP e Groover, e também no programa Arte na Bagagem, da Secretaria de Cultura da Paraíba.

Com uma sonoridade que combina tradição e inovação, Luana Flores traz ao palco a essência do Nordeste brasileiro em uma experiência visual e sonora imperdível. “Estou muito animada para levar meu trabalho para a Europa e compartilhar um pouco do nosso Nordeste com o mundo. O ‘Nordeste Futurista’ é um projeto que celebra a nossa cultura de uma forma inovadora”, compartilhou Luana.

Ilustração: Zas (@zasnova)

O S.O.M. (Sistema operacional da música), o canal de música da Mídia NINJA, bateu um papo com a artista Luana Flores.

O que significa para você levar o projeto “Nordeste Futurista” para a Europa e como você espera que o público europeu reaja a essa fusão de sonoridades tão características do Nordeste brasileiro?

Sinto muita força e num movimento bem especial de fluxo do trabalho. Pra mim é um presente poder ter a oportunidade de levar esse show para outros continentes. Experimentar e sentir o público internacional é um termômetro pra entender as possibilidades de internacionalizar as sonoridades contemporâneas realizadas no Nordeste atualmente. Me sinto parte de um movimento potente e pretendo aproveitar ao máximo a experiência.

A sua EuroTour inclui apresentações em eventos importantes como o MIL em Lisboa e o MaMA em Paris. Como você vê a importância desses festivais para a projeção da música brasileira no cenário internacional?

Me vejo abrindo o mato com um facão, e esse facão é a minha rima. Estar presente em feiras tão importantes no mercado internacional é uma grande oportunidade pra mostrar a arte independente que está sendo produzida no Brasil, especificamente no Nordeste. Me sinto fazendo parte de um movimento de ruptura de estruturas, criando espaços de representatividade e referência de novos sons possíveis de circular por festivais no mundo todo. Minha expectativa é poder conhecer players de festivais importantes da cena internacional, e assim poder estar fazendo pontes pra que mais artistas do meu território conquistem espaços importantes dentro do mercado da música.

O “Nordeste Futurista” mistura elementos tradicionais e contemporâneos da música brasileira. Como essa fusão surgiu e o que ela representa para você em termos de inovação cultural e musical?

Surgiu da vontade de experimentar novas sonoridades que representasse meu território e a comunidade de brincantes LGBTQIAPN+ da cultura popular. O trabalho tem um forte ancoramento nas tradições orais e propõe contar a história de novas narrativas e diferentes cosmovisões do povo nordestino. Acredito que nós, artistas que dialogam com o seu tempo, somos a própria inovação e é através das tecnologias (modernas e ancestrais) que propomos novas formas de ver a roda girar, mas sempre conectada com as raízes e tradições, que são as bases para tudo que nasce e prospera no Nordeste Futurista.

Foto: Vitória Oliveira

Sobre Luana Flores

A paraibana Luana Flores é beatmaker, DJ, percussionista, cantora e compositora e vem se destacando na cena musical por desenvolver um trabalho de fusão entre os ritmos da cultura popular nordestina ao universo eletrônico com foco em temáticas como gênero, sexualidade e território. Em 2020 foi vencedora do pitch da SIM São Paulo + Fluve. Em 2021 foi a ganhadora do prêmio SIM São Paulo na categoria Novo Talento e vencedora do pitch novos artistas do prêmio Woman Music Event.

No mesmo ano, lançou seu primeiro disco “Nordeste Futurista”, e em 2022 seu primeiro álbum visual de mesmo nome. Em 2023, lançou novos singles com a também paraibana Cátia de França. Recentemente, foi selecionada para o Programa de Co-criação entre Brasil-França 2023/2024 da SIM SP e Groover, e é através desta residência do programa Arte na Bagagem da Secretaria de Cultura da Paraíba que ela fará sua primeira Eurotour.

Foto: Vitória Oliveira