Maioria dos pais é contra filhos menores de 14 anos com acesso a celulares e aplicativos de mensagens
Os dados também revelam que 87% dos pais acreditam que as empresas de tecnologia não fazem o suficiente para proteger as crianças
Uma pesquisa realizada pelo Datafolha para o Instituto Alana revelou que a maioria dos pais brasileiros acredita que crianças menores de 14 anos não deveriam ter acesso a dispositivos eletrônicos como celulares e tablets. O levantamento mostra que 58% dos pais são contra que crianças dessa faixa etária usem aplicativos de mensagens e joguem videogames, e 76% acham que elas não deveriam acessar redes sociais como Instagram e TikTok.
Os dados destacam o aumento das preocupações dos pais em relação ao tempo que os filhos passam online, principalmente em redes sociais e plataformas de streaming. Mesmo com restrições formais, a pesquisa TIC Kids Online Brasil, de 2023, aponta que muitas crianças abaixo dos 14 anos já estão amplamente conectadas. Entre as crianças de 9 e 10 anos, 71% utilizam YouTube e 51% acessam o WhatsApp, o que contrasta com as opiniões dos pais.
Para Isabella Henriques, diretora-executiva do Instituto Alana, em entrevista à jornalista Patrícia Campos Melo, afirmou que as famílias precisam de mais suporte das empresas de tecnologia para controlar o uso da internet pelas crianças. Segundo ela, a questão não é proibir o acesso à internet, mas garantir que ele seja seguro e educativo. A Meta e o TikTok afirmam ter implementado várias ferramentas de controle parental, mas os pais ainda enfrentam dificuldades em gerenciar o acesso dos filhos.
Os dados também revelam que 87% dos pais acreditam que as empresas de tecnologia não fazem o suficiente para proteger as crianças. Entre as medidas mais desejadas estão a comprovação de identidade na criação de contas e a proibição de publicidade voltada ao público infantil. No entanto, muitos pais relatam que as ferramentas de controle parental são complexas ou consomem muitos dados, o que desestimula o uso.
Além disso, 96% dos pais afirmam que os filhos estão se tornando viciados em redes sociais, reforçando a preocupação com o tempo excessivo gasto online. O estudo aponta para a necessidade de políticas mais eficazes e a criação de um ambiente digital mais seguro para crianças e adolescentes, envolvendo empresas, governos e famílias.
*Com informaões da Folha de SP