Por Laura Dozza Reis, para Cobertura Colaborativa Paris 2024

Durante os Jogos Paralímpicos acostume-se a ouvir nomes como Raimundo ‘Nonato’ Mendes, Simone Barlaam, Diede de Groot, Ryley Batt, Bebe Vio, Alexis Hanquinquant, Oksana Masters, fique de olho neles, alguns dos grandes destaques entre os 4.500 atletas que competirão em 22 esportes.

Alexis Hanquinquant, talvez você se lembre dele se contarmos que foi um dos três paratletas que esteve entre os últimos condutores da chama olímpica na Cerimônia de Abertura da Olimpíada. O paratleta francês, compete no Triatlo Paralímpico e é o atual campeão no PTS4 masculino, e tem a missão de dar aos fãs locais mais motivos para comemorar no coração de Paris.

Mas além do atleta da casa, há outros nomes e equipes para acompanharmos.

Tradição dourada no saibro

Diede de Groot, tem tudo para fazer mais uma grande apresentação nas quadras de saibro de Roland Garros. A atleta do Tênis em Cadeira de Rodas já conquistou cinco títulos no Aberto da França, que acontece no mesmo local dos Jogos de Paris 2024, além dos outros 18 títulos que venceu em Grand Slams. 

Campeã em Tóquio 2020, de Groot estava invicta em 145 partidas a caminho dos de Paris 2024, e embora essa sequência tenha sido interrompida em maio, a neerlandesa retomou às vitórias rapidamente e busca dar continuidade ao legado dourado dos Países Baixos na modalidade, afinal, suas compatriotas venceram todos os torneios de tênis feminino em cadeira de rodas desde que o esporte foi incluído no programa Paralímpico em 1988.

Foto: Pat Scalla/Getty Images

Campeões Invictos em busca do hexa

Poucas equipes podem se orgulhar de um histórico de vitórias tão impressionante quanto a seleção brasileira de Futebol de Cegos (Futebol de 5) nos Jogos Paralímpicos.

Foto: Alessandra Cabral/ CPB

O Brasil conquistou a medalha de ouro em todos os torneios desde que o esporte estreou nos Jogos Paralímpicos em Atenas 2004. Nesse período, a equipe brasileira superou os principais concorrentes ao pódio, incluindo os nossos vizinhos argentinos, que só não estiveram no pódio em Londres 2012. Na final em Tóquio 2020, o gol solitário do nosso grande Raimundo “Nonato” Mendes, garantiu o quinto título Paralímpico ao Brasil. Junto a outro conhecido nome da modalidade, Jefinho Gonçalves e os outros atletas do futebol de 5, vamos em busca do Hexa em Paris 2024.

Foto: Kiyoshi Ota

Prodígio infantil, sucesso entre adultos

Ezra Frech, dos EUA, recebeu sua primeira prótese aos 11 meses e sua primeira lâmina de corrida aos quatro anos. Desde então, tudo mudou. Aos oito anos, iniciou em competições de esportes Paralímpicos. 

Em Tóquio 2020, Ezra ficou a poucos centímetros do pódio no salto em altura e no salto em distância T63 masculino. E fez uma promessa a si mesmo, de nunca mais deixar aquilo acontecer e o momento de decepção se tornou a sua motivação até Paris 2024. 

Foto: Simon Bruty

A sua trajetória tem sido ascendente. Frech quebrou o recorde mundial ao ganhar o ouro no salto em altura no campeonato mundial de 2023 e conquistou a prata na edição de 2024. Agora, aos 19 anos, ele está em plena forma para disputar o título Paralímpico – e recuperar o seu recorde mundial.

Uma força na água, na neve e no asfalto

Oksana Masters está na lista das atletas mais versáteis da história, com empreitadas bem-sucedidas. Em seis Paralimpíadas, a americana possui 17 medalhas em quatro esportes: remo, esqui cross-country, biatlo e ciclismo. Sete dessas medalhas são de ouro, incluindo as duas conquistas consecutivas no ciclismo Paralímpico em Tóquio 2020.

Sobrevivente das consequências da radiação do desastre nuclear de Chernobyl, Oksana se tornou a Paralímpica de inverno mais bem-sucedida dos EUA, além de ser autora de livros e defensora das pessoas com deficiência. 

Foto: CBG Photo

Nos esportes adaptados, a ucraniana-americana, começou no remo, conquistando a medalha de bronze para os EUA em Londres 2012, depois passou para o ciclismo, alcançando duas medalhas de ouro em Tóquio 2020 e vem em busca de outras agora na França. Oksana também passou pelo esqui, onde conquistou várias medalhas, sendo seu grande destaque. 

Aos 35 anos, ela percorreu um longo caminho e Paris 2024 está longe de ser o término da sua fantástica jornada.

Empoderamento feminino

Três décadas, seis medalhas Paralímpicas, quatro de ouro. Esta é a impressionante biografia da halterofilista paralímpica Amalia Perez. A atleta mexicana não perdeu um pódio Paralímpico desde que os eventos de halterofilismo feminino foram introduzidos em Sydney 2000.

Após uma sequência dourada perfeita nas últimas quatro participações nos Jogos, Perez está pronta para competir na sua sétima edição dos Jogos Paralímpicos, a marca de quase um quarto de século após ganhar a sua primeira medalha. Defensora do esporte feminino, Amália tem contribuído para o crescimento do halterofilismo paralímpico feminino em todo o mundo.

Em busca de uma sequência quebrada

Um esporte apelidado “murderball”, bola assassina em tradução livre, certamente traz momentos dolorosos. Além da brutalidade física dos jogos, a equipe australiana vivenciou em Tóquio 2020 momentos nada felizes, após ficarem pela primeira vez fora do pódio Paralímpico, desde Atenas 2004. Os australianos foram derrotados na disputa do bronze, para o Japão. No entanto, a recuperação foi rápida e a equipe mista australiana venceu o mundial em 2022, renovando as esperanças, principalmente, ao contar com a liderança do ícone da modalidade e cinco vezes Paralímpico, Ryley Batt.

Foto: Australian Associated Press 

Os Jogos Paralímpicos estão cheios de incríveis atletas e grandes histórias! Acompanhe com o Ninja Esporte Clube a cobertura especial para os Jogos e como esquenta, aproveitamos para indicar o documentário “Rising Phoenix” (Netflix) que narra as jornadas de diversos Atletas Paralímpicos até Tóquio 2020.