O “Dia do Fogo” foi um episódio ambiental grave que ocorreu na Amazônia brasileira em agosto de 2019, marcado por uma série coordenada de incêndios criminosos. Agricultores, pecuaristas e grileiros da região, especialmente no estado do Pará, organizaram um mutirão para incendiar áreas de floresta de forma simultânea. O objetivo era abrir novas áreas para pastagem e cultivo, além de pressionar o governo a relaxar as fiscalizações ambientais.

Esse crime teve grande repercussão nacional e internacional devido ao impacto ambiental devastador, com vastas áreas de floresta queimadas e o aumento significativo da fumaça, que chegou a afetar grandes cidades, como São Paulo, onde o céu escureceu durante o dia.

A coordenação dos incêndios foi revelada por reportagens investigativas que mostraram como grupos locais usaram redes sociais e aplicativos de mensagens para organizar o ato, apelidado de “Dia do Fogo”. A falta de fiscalização e o enfraquecimento das políticas ambientais no Brasil à época foram apontados como fatores que encorajaram essa ação criminosa.

O “Dia do Fogo” se tornou um símbolo do desmatamento e das políticas ambientais controversas na Amazônia, gerando uma onda de críticas contra o governo brasileiro e aumentando a pressão internacional por ações de proteção à floresta amazônica.

As semelhanças entre o “Dia do Fogo” de 2019 e o que está ocorrendo em agosto de 2024 em São Paulo, onde a Defesa Civil detectou que 99% dos focos de incêndios são causados por ações humanas, destacam um padrão preocupante de incêndios intencionais com motivações econômicas e a fragilidade das políticas de fiscalização ambiental.

  1. Motivação Econômica: Ambos os casos refletem como interesses econômicos de grupos locais, como agricultores, pecuaristas e grileiros, levam à destruição ambiental. No “Dia do Fogo”, os incêndios foram organizados para desmatar áreas da Amazônia, transformando florestas em pastos e áreas de cultivo. Em São Paulo, os incêndios de 2024 também parecem estar ligados a interesses de expansão agrícola e imobiliária, onde queimadas são usadas como método rápido e barato para limpar terrenos.
  2. Coordenação e Impunidade: Assim como no “Dia do Fogo”, onde houve uma coordenação entre os responsáveis pelas queimadas, os incêndios em São Paulo em 2024 também sugerem uma organização sistemática, aproveitando-se da baixa fiscalização e da impunidade. A percepção de que não haverá consequências severas encoraja a prática desses crimes ambientais.
  3. Impacto Ambiental Devastador: Os incêndios têm efeitos devastadores tanto na Amazônia quanto em São Paulo, com destruição de vegetação, perda de biodiversidade, poluição do ar e impactos na saúde pública. Em ambos os casos, os incêndios contribuem significativamente para o aumento das emissões de gases de efeito estufa, agravando as mudanças climáticas.
  4. Falha na Fiscalização e Resposta Lenta: Em ambos os episódios, a falta de fiscalização efetiva e uma resposta governamental considerada lenta ou insuficiente exacerbam a situação. No “Dia do Fogo”, as falhas na aplicação das leis ambientais permitiram a expansão das queimadas. Em São Paulo, em 2024, a Defesa Civil aponta que a origem humana dos incêndios está ligada à falta de vigilância e à demora na implementação de medidas preventivas.
  5. Consequências Políticas e Sociais: Esses incêndios também têm repercussões políticas, com a sociedade civil exigindo mais ação por parte das autoridades. Tanto em 2019 quanto em 2024, os eventos geraram debates sobre a necessidade de fortalecer as políticas de proteção ambiental, aumentar a fiscalização e punir os responsáveis por crimes ambientais.