Por Rayanne Melo, para Cobertura Colaborativa Paris 2024

É pós-Olimpíadas e todos nós de ressaca estamos, a energia de cooperação entre as nações, o vibrante ar de amor, liberdade e lutas da cidade Luz acordava com luzes tímidas, mas a vida continua e o que se viveu em Paris 2024 ficará eternizado dos efeitos às causas. 

Ontem, no encerramento, enquanto eu e minha irmã discutimos sobre a organização do evento, me veio à mente “Como escreveria essa crônica final sobre essa Olimpíada e sobre o Brasil?”.

Permita-me desenhar da seguinte forma, chegamos com a nossa alegria e irreverência dispostos a dar o nosso melhor e sim, logo mostramos quem é o Brasil, no skate enquanto Rayssa e suas manobras hipnotizantes condecoraram a energia da juventude que se aponta no horizonte, sua medalha de bronze foi como um ouro para todos e, o que falar dessa Olimpíada, tão feminina, tão a força da mulher brasileira, a equiparidade de Paris 2024 reforça a cada dia a necessidade de reforçar a presença feminina.

E que presença, acompanho as Olimpíadas desde os meus nove anos, umas mais e outras menos, essa eu senti o gingado e a garra brasileira, inclusive vi de bom agrado à vitória no nosso trio de ouro feminino, sabe como é, massageia a alma, brilha nossa vontade de torcer e que torcida, ser brasileiro é de praxe o nosso bom humor reconhecida pelo ele. Tornando-se uma das mais espirituosas em campo.

Paris também é palco despedidas como a de Marta, confesso que teria gostado mais se o ouro viesse pelas mãos da seleção feminina, mas como dizem tudo tem o seu tempo, quem sabe em Los Angeles recuperamos e levaremos o tão sonhado ouro e Marta mesmo que indiretamente se sinta abençoada pela nova geração de jogadoras.

Deixamos Paris com um olhar para o futuro que em 2028 vai se lançar, está distante? Sim, mas quatro anos é como um sopro, logo mais estaremos fazendo memes, vestido a roupa da seleção e torcendo para nossa bandeira levantar, sim, sou extremamente patriota nesses dias, de fazer os melhores momentos do Vôlei feminino e da nossa Ginástica. Como brinco, a geração de Sheila e Dayane dos Santos se orgulha dessa geração da Anamaria e Rebeca Andrade e se a Simone Biles curvou-se para o nosso poder, acho eu que ninguém mais segura esse Brasil.

E é com pesar, vendo a última apresentação de encerramento que sinto “Por que não mais três semanas?”. Foi com Snoop Dogg, Red Hot e Billie Eilish que Los Angeles vem nos saudar, talvez com polêmicas como Paris teve, talvez com surpresas, com certeza estarei na televisão de casa vendo a abertura e pensando “Poxa, foi ontem Paris?”

E é assim que me despeço…

Adieu, Paris e see you later, Los Angeles.