Por Milenna Alves, para Cobertura Colaborativa Paris 2024

A relação entre Duda Arakaki e a Ginástica Rítmica começou cedo, aos seis anos, quando a alagoana deu seus primeiros passos na modalidade em seu colégio. Com isso, a atividade se tornou uma paixão e com o excelente desempenho, Duda foi se dedicando cada vez mais à modalidade e aos nove anos ganhou o título mirim nacional. 

As atuações defendendo seu colégio chamaram atenção da seleção brasileira de ginástica rítmica e logo aos 13 anos, a menina de Maceió passou a treinar com grandes nomes da modalidade. 

Para seguir seu sonho na ginástica rítmica, Duda se mudou ainda muito jovem para Aracaju, onde fica o Centro Nacional de Treinamento da Ginástica Rítmica. A mudança para a capital de Sergipe foi o início do estágio da ginasta com a treinadora da Seleção Brasileira, Camila Ferezin e a coreógrafa Bruna Marttins. 

Após se destacar nas competições juvenis, Duda ganhou sua primeira oportunidade na seleção em 2019, em uma temporada marcada pelo ouro no Pan-Americano Juvenil. Ao lado seleção, a ginasta alcançou a classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio após a medalha de ouro no Pan-Americano disputado no Rio em 2021. O bom resultado na competição foi um alívio para Duda após uma temporada difícil onde a atleta passou por uma grave lesão no joelho.

O início promissor e a total dedicação ao esporte, levaram Duda Arakaki ao posto de capitã da equipe brasileira, o qual ocupa desde 2021. A jovem é peça importante e de liderança na equipe que busca o pódio nos Jogos de Paris. 

A primeira disputa olímpica de Duda foi com apenas 17 anos, durante os Jogos de Tóquio 2020. Ao lado de suas companheiras, a alagoana amargou a 12ª colocação na classificatória, que deixou o conjunto brasileiro fora das finais da competição. 

“Passamos por muitas coisas até chegar aqui e, com a Camila, nossa técnica, e a Bruna, nossa coreógrafa, nós cinco conseguimos nos superar. O sentimento é de muita felicidade. Essa é a nossa primeira Olimpíada, e somos muito novas, mas em Paris 2024 vamos com força total e, quem sabe, sair com uma medalha”, disse Maria Eduarda Arakaki ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB) após a apresentação em Tóquio. 

Foto: Ricardo Bufolin/CBG

O caminho até Paris

A caminhada em busca da vaga olímpica foi construída com muita evolução por parte do conjunto brasileiro, liderado por Duda. O ciclo olímpico das meninas da nossa ginástica rítmica foi marcado por recordes e conquistas expressivas. 

Na etapa da Copa do Mundo de GR disputada na Itália, em 2022, nossas ginastas do conjunto conquistaram a medalha de bronze na série de cinco arcos, quebrando um jejum de 10 anos sem medalha na competição. 

E 2023 foi ainda mais marcante. O quinteto brasileiro formado por Duda Arakaki, Deborah Medrado, Giovanna Oliveira, Sofia Madeira e Nicole Pírcio conquistou a vaga para as Olimpíadas de Paris após ficarem em sexto no classificatório do Mundial na etapa de Valência. 

A evolução da equipe é comemorada pela treinadora Camila Ferezin, que está há 12 anos no comando das Leoas, e que sob suas instruções, o conjunto brasileiro foi de 26º para 6º melhor do mundo. 

A temporada de preparação para os Jogos trouxe ainda mais confiança à equipe brasileira. Na prova mista do Challenge Cup de Ginástica Rítmica em Portugal, as meninas levaram o ouro para casa, com uma apresentação marcante e cheia de brasilidade. 

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“Conseguimos reunir uma equipe multidisciplinar completa, fora as ginastas e as treinadoras, nós também temos uma equipe muito forte fora. Nutricionistas, médicos, preparadores físicos, analista de desempenho e isso era o que faltava. Então conseguimos crescer bastante o nosso trabalho com essa rotina diária de acompanhamento. E hoje estamos conseguindo ganhar nosso lugar lá fora, sendo respeitadas pelos países da Europa, por exemplo, as quais são muito mais tradicionais”, comentou a capitã Duda Arakaki durante entrevista ao BandSports.

De promessa em Tóquio para realidade em Paris, Duda Arakaki materializa o seu sonho de infância, cultivado ainda em Maceió e que hoje ganha o mundo. Sempre que pode, Duda frequenta as competições estudantis no seu antigo colégio em Maceió e inspira suas conterrâneas a viver o sonho do esporte. Sendo referência para as tantas meninas nordestinas e brasileiras, a jovem capitã da nossa GR mostra que liderança pode ser conquistada independente de idade. 

O conjunto titular para os Jogos Olímpicos de Paris será formado por Duda Arakaki, Nicole Pírcio, Déborah Medrado, Sofia Madeira e Victoria Borges. A estreia da equipe brasileira está marcada para o dia 9 de agosto com as classificatórias de grupos.