Por Beatriz Mussi, para Cobertura Colaborativa Paris 2024

Nascida no Brasil em 1996, Tatiana Weston-Webb se mudou para a Ilha de Kauai, no Havaí, antes mesmo de completar um ano de vida. Vivendo no berço do surfe mundial e filha de pais surfistas, Tati começou a surfar logo cedo, aos oito anos, influenciada pelo seu irmão mais velho. 

A relação da surfista com o esporte se fortaleceu na adolescência, quando começou a participar de torneios nacionais. Inicialmente, Tati via as competições como uma diversão, porém, não demorou muito para a surfista pegar gosto pelos torneios e se consolidar no esporte.

Após se sobressair nas competições amadoras, em 2015, Tatiana Weston-Webb fez a sua estreia no circuito mundial sendo eleita a revelação da temporada na WSL, conquistando o “Rookie Of The Year”. Desde então, Tatiana vem chamando atenção no cenário do surfe mundial. Em 2016, a brasileira venceu Malia Manuel e conquistou a sexta etapa da WSL. 

Já em 2021, Tati derrotou a australiana e sete vezes campeã mundial, Stephanie Gilmore, e venceu o Boost Mobile Margaret River Pro, a quarta etapa do Mundial. Nesse mesmo ano, a surfista terminou em segundo lugar no ranking mundial da WSL. 

Apesar de representar atualmente o Brasil, Tatiana Weston-Webb já representou o Havaí em seus primeiros anos como surfista e ainda podia optar por outras duas nacionalidades: americana ou britânica. Mesmo vivendo no Havaí, o Brasil nunca deixou de estar presente na vida da gaúcha. Durante as férias, ela costumava visitar a avó em Porto Alegre e, em 2014, começou a namorar o surfista brasileiro Jesse Mendes(@jesse_mendes), o que a reaproximou do seu país de origem. 

Foto: Reprodução / Instagram

Em 2018, a convite do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Tatiana passou a representar o Brasil em competições internacionais. “Era uma decisão difícil no momento, só que daí comecei a pensar como meu coração sentia. Foi fácil depois disso. Eu me sentia muito mais brasileira do que havaiana, não sou havaiana. Nem sou dos Estados Unidos. Eu me sinto muito mais brasileira do que tudo. Escolhi representar nosso país e foi uma escolha incrível, mudou minha vida”, disse Tatiana, ao podcast do Olympics.com.

Já no ciclo olímpico, Tatiana participou da sua primeira Olimpíadas com a estreia do surfe na competição, em Tóquio 2020. Porém, ela foi superada pela japonesa Amuro Tsuzuki, nas oitavas de final, ficando com um desejo de buscar mais. A vaga para Paris veio por meio do ranking do circuito mundial de 2023. Representando o Brasil ao lado de Luana Silva e Tainá Hinckel, Tati é a única brasileira na elite mundial do surfe, estando entre as favoritas a ganhar medalha nos Jogos de 2024. 

Com o andamento dos Jogos em Teahupo’o, no Taiti, Tatiana é a única surfista brasileira que continua “viva” na competição, superando seu desempenho de 2020 e chegando às semifinais. Após superar a número 1 do mundo, Caitlin Simmers, nas oitavas de finais, Tati Weston-Webb avançou para as quartas, onde venceu a espanhola Nadia Erostarbe, conquistando assim sua classificação para as semifinais. 

Agora, Tati tem pela frente Brisa Hennessy, costa-riquenha que eliminou Luana Silva. O confronto está previsto para a próxima segunda (5), às 14h (de Brasília), e estamos na torcida pela medalha brasileira no surfe feminino.