Por Valéria Oliveira, para Cobertura Colaborativa Paris 2024

Natural de Peruíbe, cidade do litoral sul de São Paulo, Beatriz Souza começou a praticar judô aos sete anos, sendo a única de três irmãs a seguir os passos do pai no judô. Mudou-se para Paulo aos 15 anos tendo como objetivo aprimorar a prática no esporte, e competir.

Em sua entrevista pós luta, relembrou a importância de sua representatividade de milhares de mulheres brasileiras.

“Pretas e pretos do mundo todo, acreditem. As vezes a gente acha que pode tá pagando muito caro mas vale cada centavo quando a gente conquista o que a gente quer”

Bia Souza, medalhista de ouro.

Enfrentando uma rotina absolutamente diferente, numa cidade maior, nova e cheia de desafios, encarou cada um deles – incluindo a rotina de acordar diariamente às 4 da manhã para chegar à escola às 7h, e de lá correr para o clube e treinar até a noite – com resiliência.

O resultado veio: chegou ao quarto lugar do ranking, acumulou títulos e reconhecimento, e em Paris 2024 chegou a sua primeira Olimpíada.

Beatriz foi eleita a melhor judoca do ano pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB). E para completar, faturou o ouro no Grand Prix de Linz, na Áustria, primeira competição que disputou em 2024, e levou o ouro no Pan do Judô 2024.

A atleta ficou muito próxima de disputar os Jogos de Tóquio 2020, mas perdeu a vaga para a experiente Maria Suelen Altheman, que se aposentou aos 34 anos. No entanto, o mundo deu voltas e hoje, Altheman é treinadora de Beatriz no Clube Pinheiros. Beatriz Souza foi eleita a melhor judoca de 2023 no Prêmio Brasil Olímpico, e subir aos pódios já virou rotina.

Bia chegou a final olímpica após uma trajetória tecnicamente impecável durante as fases de classificação, e conquistou a primeira medalha ouro do Brasil nos Jogos de Paris ao derrotar uma adversária israelense.