Por Jennifer Camargos

A Marcha atlética foi criada pelo norte americano Edward Peyson Watson, que passou a maior parte da sua vida atravessando o continente americano marchando. Foi incluída nos Jogos Olímpicos na edição de Londres, em 1908, nas distâncias de 3.500m e 10 milhas. A distância de 20km estreou nos Jogos Olímpicos de 1956, em Melbourne. 

Para que a Marcha conseguisse se consolidar como esporte e ser respeitada, foi necessário enfrentar o preconceito, uma vez que ela se destacava por ser diferente do que se estava acostumado no atletismo. 

No entanto, o preconceito também acontecia no que diz respeito a gênero, uma vez que mulheres só puderam competir oficialmente em 1992, em Barcelona.

Nesse esporte os marchadores não podem levantar os dois pés do chão ao mesmo tempo. A perna da frente precisa estar estendida quando tocar o chão e a ponta do pé de trás só sai do chão quando o calcanhar do pé da frente tocar o solo. Caso o competidor descumpra alguma regra é desclassificado pelo juiz.

As distâncias das provas são variadas entre 20km e 50km, mas em Paris, visando a igualdade de gênero, as provas de 50km serão substituídas por um formato misto por equipes.

Com Marcelo Palma, o Brasil fez a sua primeira participação na modalidade em 1988, nos Jogos Olímpicos de Seul, ficando em 45º entre os 49. A partir daí, o país esteve presente na modalidade em Barcelona(1992), em Atlanta(1996), Atenas(2004) e Pequim(2008). 

Em 2012, o atleta brasileiro Caio Bonfim estreou na modalidade nos Jogos Olímpicos e quatro anos depois, na Rio 2016, ele terminou a prova em 4º lugar, ficando apenas a cinco segundos do pódio. Mas, em Tóquio 2020 ficou em 13º lugar.

Com duas medalhas de bronze em Mundiais, Caio pode conquistar a sua primeira medalha olímpica em Paris 2024. Além dele, Matheus Corrêa também representará o país na prova de 20km no masculino, e por Gabriela Muniz e Viviane Lyra no feminino. As competições de Marcha Atlética em Paris se iniciam dia 01 de agosto de 2024, nesta quinta-feira.