Por: Dayan Barros

O central do Time, Judson, estreou com a camisa do Brasil em 2023 após liderar as estatísticas de bloqueio da Superliga de voleibol. Em 2024, aos 25 anos, o atleta figurou novamente entre os destaques do campeonato nacional e contribuiu com boas atuações pela seleção brasileira na Liga das Nações.

“Judson não está na lista de 12 jogadores convocados para defender a seleção brasileira de vôlei nas Olimpíadas de Paris, nem foi escolhido como o 13º atleta da delegação, que poderá ser acionado em caso de lesão durante os Jogos. Mesmo assim, o central acompanhará o grupo de Bernardinho na capital francesa e ganhará experiência em um ambiente olímpico. De acordo com a Confederação Brasileira de Voleibol (CBV), a decisão partiu da própria entidade.”

Como recebeu a notícia de que acompanharia a seleção? Foi junto com o corte? E qual o sentimento de, após um corte, saber que estaria integrado ao grupo?


Judson: As duas foram juntas, as notícias. Primeiro ele fez uma reunião para comunicar. A maioria do time já estava decidido, talvez faltava entre os que estavam treinando ele decidir o central que iria. Porque o Honorato já estava como o 13º, indo para os jogos como líbero. Então, basicamente faltava os centrais para decidir. Tivemos a reunião e ele comunicou e logo depois falou sobre essa possibilidade. Deram essa opção de acompanhar o grupo e me deram um tempo pra decidir se iria ou não. Porque logo depois do corte, você pouco pensa sobre essa situação. Mas depois, refletindo sobre, agora estou aqui na França

“A ida de Judson a Paris foi noticiada primeiro pelo ‘Web Vôlei’. O central, inclusive, já viajou com a seleção, porque a equipe ainda terá um tempo de preparação na Europa. O jogador, porém, não está credenciado para as Olimpíadas. Isso significa que, a princípio, ele não tem liberação para acompanhar os jogadores em ambientes oficiais de competição. Poderá participar dos treinos que acontecem na base do Comitê Olímpico do Brasil (COB) em Saint-Ouen, por exemplo.”

Estar nas Olimpíadas é um sonho para qualquer atleta. E é claro que você queria estar competindo, mas você vê essa oportunidade como a realização de um sonho também?


Judson: Realização eu não vou dizer que sim porque não é o meu maior objetivo. Eu quero com certeza não só disputar mas um dia poder ganhar uma medalha olímpica, esse é o meu maior objetivo. Então acho que o sonho não foi totalmente realizado por esse motivo. Mas depois que eu decidi vir, eu comecei a pensar como uma parcela. Uma parcela do sonho, tentando buscar essa vivência. Quem vê de fora tem uma dimensão totalmente diferente. É a principal competição para o voleibol. Estar aqui e ver tudo de perto, como acontece, acompanhando outras modalidades também, cada esporte na sua preparação. Então é sim muito bacana, acho que vai me dar uma vivência para eu continuar nesse meu maior objetivo, que é vir para os Jogos Olímpicos para disputar e para tentar ganhar uma medalha.

“A decisão de levar um jogador para acompanhar os treinos durante as Olimpíadas não é novidade. Em 2012, por exemplo, Lucarelli foi a Londres, mesmo fora da convocação da seleção, que terminou com a prata na edição inglesa dos Jogos. Quatro anos depois, o ponteiro se sagraria campeão olímpico no Rio de Janeiro. Hoje, é um dos mais experientes entre os que representarão o Brasil em Paris.”

Você acredita que tem uma missão com essa ida para as Olimpíadas?


Judson: Acho que sim. Eu estou aproveitando. Talvez se eu voltasse para o Brasil, recomeçaria a preparação pensando no clube. E eu tenho seguido a mesma rotina de treinamento aqui, mesmo nível e estar treinando com eles o treino é no mais alto nível. Eu acho que se eu não estou agora eu quero continuar me preparando em busca dos meus objetivos. Tenho o exemplo do Lucarelli, que foi em outra olimpíada e depois foi campeão. Então espero que esse seja o meu caminho, colecionar experiência para eventualmente ter minha medalha de ouro no futuro.

Como você observa que está o sentimento do grupo prestes ao início dos Jogos?


Judson: O grupo está muito focado. A gente teve uma preparação muito intensa. O Bernardinho retornou no final do ciclo, então o que ele mais tem tentado é introduzir a mentalidade dele no grupo. Acho que aos poucos conseguimos isso, hoje todo mundo entende melhor qual o objetivo. Então acho que o grupo está muito focado, todo mundo quer muito isso. Principalmente os veteranos, que estiveram na última olimpíada, onde ficou um sentimento de perder essa medalha e eles querem agora refazer essa história e ir em busca de uma medalha.

O Brasil quer voltar a subir no pódio do vôlei de quadra masculino em Paris 2024. Para isso, a Seleção Brasileira comandada por Bernardinho começa sua caminhada olímpica no sábado (27), às 8h (horário de Brasília), contra a Itália.