Como a seleção brasileira de basquete chegou em Paris sem patrocinador: entenda o caso
O basquete brasileiro conquistou a vaga olímpica em Paris 24. A Galera.bet, que ainda tem contrato com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB), não paga desde janeiro.
Por: Felipe Nascimento
A seleção masculina brasileira de basquete conquistou a vaga para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, após vencer a seleção da Letônia por 94 a 69, sem patrocinador. A Galera.bet, que ainda possui contrato com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB), não paga desde janeiro.
A informação, publicada primeiro por O Globo, foi confirmada pelo Olhar Olímpico (UOL) com fontes que conhecem o contrato assinado em agosto de 2022, em um momento em que as casas de aposta começavam a ir além dos clubes de futebol e a investir também no esporte olímpico.
Entre 2022 e 2023, a CBB informou em seus relatórios contábeis ter recebido um total de R$ 9,5 milhões em patrocínios, sem especificar a fonte, um aumento expressivo em comparação com os R$ 1,9 milhão do biênio 2020/2021. Com a Confederação impedida de receber recursos públicos, os patrocínios representaram mais de 65% das receitas da entidade no ano passado.
Porém, em janeiro, a Galera.bet solicitou a rescisão do contrato sem pagamento de multa contratual, mas isso não foi aceito pela CBB. Desde então, a empresa e a federação discutem a rescisão do contrato. Os pagamentos foram encerrados e a marca Galera.bet não fornece mais camisas para a seleção nacional e não é mais mencionada nos materiais da entidade.
Por que isso é prejudicial para a Seleção de Basquete?
A ausência de um patrocinador para a seleção brasileira de basquete às vésperas das competições olímpicas pode ter consequências significativas. Patrocínios são fundamentais para cobrir custos operacionais, incluindo treinamentos, viagens, acomodações, equipamentos e salários de treinadores e staff. Sem esse suporte financeiro, a equipe pode enfrentar dificuldades logísticas que impactam diretamente sua preparação e desempenho nos jogos. A falta de recursos pode resultar em condições inadequadas de treinamento, limitando o acesso a instalações e competições preparatórias de alto nível, essenciais para a performance olímpica.
Além disso, a ausência de um patrocinador prejudica a visibilidade e a imagem da seleção brasileira no cenário internacional. Patrocínios não são apenas uma fonte de financiamento, mas também uma forma de promover a equipe e atrair o interesse público e midiático. Sem o apoio de um patrocinador, a seleção pode perder oportunidades de marketing e parcerias estratégicas que são vitais para fortalecer a marca do esporte no Brasil. Essa perda de visibilidade pode desencorajar futuros investimentos e patrocínios, criando um ciclo de dificuldades financeiras que pode comprometer o desenvolvimento do basquete brasileiro a longo prazo.
Nada para a Seleção de Basquete!
Os jogadores da seleção brasileira de basquete estão cheios de expectativas para as Olimpíadas de Paris 2024, após conseguirem uma classificação histórica. Bruno Caboclo, um dos destaques da equipe, expressou sua emoção e afirmou ao GE: “Não encontro palavras para dizer o quanto estou feliz e como é classificar para as Olimpíadas. Um sonho realizado. Um sonho com meus amigos. Que dia. Que jogo.” O capitão Marcelinho Huertas destacou a performance da equipe no jogo de classificação. “Um jogo perfeito nosso, no ataque e na defesa. Sabemos da nossa qualidade, do jogo difícil que teríamos. Conseguimos conquistar a vaga, mérito de todos. Sem palavras para descrever a emoção e a felicidade que estou sentindo! Muito obrigado a todos que torceram e nos apoiaram, mesmo de longe”, afirmou Huertas ao GE.
Além do entusiasmo individual, os jogadores estão cientes da importância coletiva de sua participação nos Jogos Olímpicos. A classificação trouxe uma onda de otimismo e confiança à equipe, que vê na competição uma oportunidade para mostrar a evolução do basquete brasileiro no cenário internacional. A experiência de atletas veteranos como Huertas, combinada com o talento emergente de jovens promessas, alimenta a esperança de uma campanha bem-sucedida em Paris, onde a equipe busca não só competir, mas também surpreender e conquistar uma medalha. “Defendemos incrivelmente, não demos chances para eles, e no ataque, no primeiro tempo, fomos perfeitos. É uma honra ser treinador desse time. Conquistar essa vaga. Agradeço à CBB, aos meus atletas, a toda a CT que não dormiu nas duas últimas noites preparando esses jogos. Vamos a Paris”, celebrou o treinador Aleksandar Petrovic em declaração ao GE.