O que assistir enquanto as Olimpíadas não começam

Por Mads Teraoka

Com as Olimpíadas chegando em alguns dias e vários esportes em pausa olímpica, a ansiedade e expectativa nos deixa com aquela antecipação para o início dos jogos e a dúvida do que assistir ao ligar a televisão. 

No tempo em que os jogos não começam, aqui estão algumas indicações de filmes e séries que vão te fazer suprir a falta dos jogos e acalmar o coração enquanto as grandes estreias brasileiras não acontecem. 

Além disso, esses títulos são ótimas escolhas para conhecer um pouco da história de alguns esportes olímpicos, os bastidores de grandes nomes que já vimos desempenhar nos jogos e algumas atualizações do que está rolando ou rolou no mundo esportivo nos últimos tempos.

Munique, 1972: Um Dia em Setembro (1999)

Um Dia em Setembro conta a história do atentado que matou 11 atletas de Israel que aconteceu durante as Olimpíadas de 1972, em Munique. 

Depois das Olimpíadas de Berlim de 1936, a Alemanha volta a sediar os Jogos Olímpicos com a intenção de mostrar a nova cara do país. Realizada durante a ditadura nazista de Adolf Hitler, os jogos de Berlim foram marcados pelo uso da propaganda a favor do ditador e uma grande militarização na Vila Olímpica. A fim de mudar a visão que o mundo registrou do país, os jogos de Munique aconteceram 46 anos depois, mas o que marcou essa edição também não foi nem um pouco positivo.

As falhas na segurança da Vila Olímpica foram muito comentadas, a segurança armada era quase inexistente e a fiscalização também. A delegação de Israel demonstrou a sua preocupação com isso mesmo antes da chegada em Munique, promessas foram feitas, mas não foram cumpridas. 

No dia 5 de setembro de 1972, oito terroristas invadiram os apartamentos onde atletas israelenses dormiam e os fizeram de reféns. O sequestro durou mais de 18 horas e terminou em um massacre que matou um total de 17 pessoas, entre eles 11 atletas de Israel. 

No filme, vencedor do Oscar de Melhor Documentário em 2000, “Munique, 1972: Um Dia em Setembro”, você pode entender essa história completa, as falhas de segurança do país organizador, o contexto político e como essa tragédia poderia ter sido evitada. 

Carruagens de Fogo (1981)

Outro consagrado pela Academia, foi o filme Carruagens de Fogo. Nele, você acompanha uma ficção, inspirada em fatos. Eric Liddell e Harold Abrams, colegas de faculdade em Cambridge, representaram a equipe de atletismo do Reino Unido nas Olimpíadas de 1924, também sediada por Paris. 

O vencedor do Oscar de Melhor Filme, explora os desafios pessoais dos atletas e torna possível o ingresso na aventura olímpica desses jovens. Entre a sua fé, seus estudos, seus professores e treinadores, suas amizades e seus relacionamentos amorosos, este longa te leva em uma montanha-russa de sentimentos que, definitivamente, nos mostram que os Jogos Olímpicos não são só sobre esportes. 

O Retorno de Simone Biles

Nesta série documental da Netflix, entendemos o que levou a grandiosa ginasta americana a deixar as Olimpíadas de Tóquio e o seu processo para o retorno ao palco olímpico.

Simone Biles preocupou muitos fãs durante a última edição dos Jogos Olímpicos. Sua performance não estava tão boa, todos esperavam seu grande espetáculo, mas a ginasta não conseguia realizar com precisão movimentos que antes tirava de letra. 

Sofrendo com a pressão sobre si, Simone não conseguia conectar sua mente e o seu corpo, sua saúde mental estava afetada. Ao anunciar sua pausa, a atleta gerou muitas discussões acerca da importância da saúde mental entre os atletas. 

A série explica tudo o que aconteceu desde os bastidores de Tóquio até a preparação da ginasta para Paris e o melhor, nas próprias palavras de Simone e sua família. O documentário conta com 2 episódios já lançados e outros 2 episódios que ainda chegarão à plataforma.

No Coração do Ouro

Se você assistiu “O Retorno de Simone Biles” e ficou se perguntando qual foi um dos maiores escândalos olímpicos do Estados Unidos, nesse documentário você vai descobrir. 

O longa conta a história das vítimas do médico da seleção nacional de ginástica olímpica, Lary Nassar. Ele tinha um “método” para cuidar das pequenas às grandes dores das ginastas, tal “método” consistia no abuso sexual das atletas, em sua maioria menores de idade. O osteopata foi condenado de 40 a 175 anos de prisão pelos crimes cometidos. 

No documentário é possível se aprofundar na investigação desse caso, entender como o abuso de tantas meninas poderia ter sido evitado pela comissão técnica que escolheu ignorar e acobertar o comportamento do médico e ouvir o relato de algumas das jovens ginastas que sofreram nos “cuidados” desse médico. 

Não é um filme fácil de ser assistido, mas é um filme que precisa ser assistido. Uma vez que, ele evidencia a cultura do estupro e como jovens mulheres estão sempre vúlneraveis a sofrer violencias. É preciso aprender com ele e não mais reforçar essa cultura. 

Bicampeãs

A série documental da Globoplay conta com o elenco dos dois ouros conquistados no vôlei feminino nas Olimpíadas de Pequim 2008 e de Londres 2012, com foco nas seis jogadoras que conquistaram ambas medalhas. 

Nos quatro episódios, o telespectador tem a oportunidade de vivenciar o ambiente e cada passo dado para a conquista dos títulos. É possível conhecer os desafios pessoais de cada atleta, ouvir o que passava na cabeça de cada uma, como a comissão técnica foi crucial para a conquista das medalhas e a energia de BIcampeãs que essas atletas emanavam.

Como essas mulheres foram capazes de, não só conquistar dois ouros, mas também acabar com a fama da seleção do “quase” e de jogadoras “amarelonas”. Essa conquista foi histórica, encerrou a discussão de gênero que sondava a seleção feminina de vôlei e inspirou diversas jovens no esporte.