Por Cristina Dominghini Possamai

O período entre 23 e 27 de julho será histórico para o softbol brasileiro. Pela primeira vez na história do esporte, o Brasil receberá uma edição de Copa do Mundo da modalidade, em qualquer categoria. Será a quarta vez, apenas, que um país sul-americano recebe uma edição de mundial, organizado pela Confederação Mundial de Beisebol e Softbol (WBSC).

A Copa do Mundo de Softbol Feminino Sub-18 acontece nesta semana, na cidade de São Paulo (SP), mais precisamente o Estádio Municipal Mie Nishi, na região central, no bairro do Bom Retiro. Os jogos terão entrada gratuita para o público e transmissão em áudio e vídeo pela internet. 

“Anteriormente, o Mundial contava com 16 a 16 equipes, mas ficava muito caro sediar. Então, o formato foi alterado para três grupos sediados em locais diferentes com 6 equipes. Então, você joga um ano, como agora, e os dois melhores de cada grupo se classificam para a fase final em Dallas (EUA), no ano que vem”, explica a diretora de softbol da – Confederação Brasileira de Beisebol e Softbol (CBBS), Patricia Hamamota em entrevista recente ao Meu Esporte Podcast

Local da Copa do Mundo Feminina

Tradicional local para a prática do beisebol e softbol na cidade, inaugurado em 1958, palco das grandes competições nacionais e internacionais, como os Jogos Pan-Americanos de São Paulo em 1963 e os Jogos Sul-Americanos em 2022, o estádio vem recebendo reformas para a competição.

Para receber os 19 jogos de seis seleções, que disputam vagas para a Fase Final da Copa do Mundo em 2025, o estádio recebeu uma atenção em sua iluminação, estrutura de campo, como grades e banners oficiais da competição, entre outros detalhes voltados para o staff e atletas.

“É muito especial receber um Mundial nesta categoria (Sub18) porque é uma categoria de transição no esporte. Os jogos serão no Estádio Municipal Mie Nishi, no Centro de São Paulo, local de fácil acesso com oferta de transporte público e entrada gratuita. Nós, que estamos envolvidos na organização, adorariamos ver o lugar lotado nos jogos do Brasil. Por isso, eu reforço o convite com entrada gratuita durante todo o Mundial”, comenta. 

Disputas do Mundial Sub-18 no Brasil 

Disputada desde 1985  e somando 14 edições, mas anteriormente chamada de Copa do Mundo Jr. (até 2017) e depois Copa do Mundo Sub-19 (apenas em 2019), chega a sua segunda edição na categoria Sub-18, sendo a primeira em seu novo formato de múltiplas sedes na fase de grupos e apenas no ano seguinte a disputa da fase final.

Neste novo modelo de disputa, três sedes recebem seis países em busca de duas vagas diretas por grupo e outras duas vagas gerais através do wild card. Para esta edição, além de São Paulo, Pingtan, na China, e Dallas, nos EUA recebem a fase de grupos. Em 2025, em Dallas, novamente, as oito seleções classificadas fazem a disputa da fase final.

No grupo de São Paulo (Grupo A), além do Brasil, que tinha a vaga garantida por ser a sede, Colômbia, Grã-Bretanha, Nova Zelândia, República Tcheca e Taipei Chinesa conquistaram as vagas através de competições continentais.

“Os principais bichos papão da modalidade não caíram no nosso grupo. Então, eu acho que temos boas chances e estou confiante que vamos ficar entre os dois primeiros para nos classificarmos diretamente para Dallas. Temos uma geração muito boa”, acrescenta Patrícia ao Meu Esporte Podcast

Legado da campanha histórica no Pan-Americano 2023

Vale salientar que os dois esportes defendidos pela CBBS estarão nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 2028. Ou seja, há a expectativa da confederação que as modalidades voltem a contar com mais recursos, como o Bolsa Atleta. 

Além disso, o Mundial acontece cerca de um ano depois de uma campanha histórica para o beisebol brasileiro nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile. O Brasil ficou com a inédita medalha de prata, a primeira da história do país na modalidade. A seleção não disputava uma edição do Pan desde 2007, no Rio de Janeiro.

“Eu acho que a campanha no Pan foi muito legal, caiu no gosto. Essa seleção estará em alguns dias da Copa do Mundo para que as pessoas também possam conhecê-los. Trouxe uma grande visibilidade para o esporte. Como não estamos em Paris, acabamos não entrando, mas conseguimos alguns apoios para nossos atletas. Esperamos que as modalidades voltem para o Bolsa-Atleta já para o ano que vem”, conclui. 

Entrevista completa de Patricia Hamamoto, da CBBS