Por Luan Conceição, especial para NINJA

A Polícia Federal (PF) prendeu o segundo suspeito do assassinato do líder quilombola Binho do Quilombo, representante da comunidade Pitanga dos Palmares, no município de Simões Filho, Bahia. O crime aconteceu em 2017, quando o homem estava em seu carro e foi executado a tiros. Ele era filho de Mãe Bernadete, outra liderança quilombola, assassinada em agosto de 2023.

A ialorixá e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) foi vítima de um crime brutal, testemunhado pelos próprios netos. De acordo com a família, Mãe Bernadete sofria ameaças, chegando a relatar isso à então presidente do Supremo Tribunal Federal, ex-ministra Rosa Weber. Três suspeitos foram presos por envolvimento no homicídio.

Na época, o presidente Luís Inácio Lula da Silva se manifestou, pedindo investigações sobre o caso, que passou a ser acompanhado pelo Ministério de Direitos Humanos e da Igualdade Racial.

O advogado David Mendez, que representa a família, disse que Mãe Bernadete sofria ameaças de madeireiros da região por ter registrado denúncias contra eles, já que a extração de madeira é ilegal na comunidade.

Binho também tinha uma atuação em prol dos direitos da comunidade quilombola em que nasceu e chegou a concorrer para o cargo de vereador no município de Simões Filho.

Wellington, seu filho e neto de Mãe Bernadete, presenciou o crime contra a avó. Ele relatou o ocorrido à polícia e afirmou que ela passou a ter “muitos medos” após a morte de Binho. As investigações para definir a motivação dos crimes ainda não foram concluídas.