O impacto da música no desempenho de atletas
Num ritmo lento ou agitado, as músicas fazem parte das atividades físicas de pessoas em todo o globo e, no desempenho dos atletas, podem cumprir um papel de grande importância antes das competições.
Por Ágata Abreu
Antes da corrida, na chegada ao vestiário, ou antes de um grande salto, é comum vermos atletas circulando com seus fones de ouvido, concentrados minutos antes das competições. Cada um ouve suas músicas com um propósito: se animar, relaxar ou se inspirar para dar o seu melhor. Mas será que a música realmente impacta no desempenho dos atletas?
Estudos indicam que melodias em certas frequências podem influenciar o corpo humano de diversas formas. A música pode elevar o humor, aumentar a disposição, distrair da dor e do cansaço, ampliar a resistência e diminuir a percepção do esforço. Ela tem o potencial de melhorar significativamente o desempenho atlético.
Rafael Ribeiro, colunista de Alto Desempenho da GRACIEMAG, destaca a eficácia comprovada da música na performance de atletas de elite. Ele explica que, quando estão muito concentrados, os atletas podem ouvir seus batimentos cardíacos, o que pode prejudicar seu desempenho devido ao aumento da adrenalina. Ao focar em estímulos externos como a música, os atletas tendem a não perceber sinais de cansaço tão rapidamente, prolongando sua resistência física e mental. Além disso, a música pode ter um impacto emocional positivo, encorajando os atletas a alcançar seu melhor desempenho nos momentos decisivos.
Um dos efeitos mais notáveis da música durante a atividade física é o aumento da motivação e da energia. O ritmo e o estilo das músicas podem provocar respostas emocionais e fisiológicas que melhoram o ânimo e a disposição dos praticantes. Muitos atletas relatam que músicas com batidas fortes e letras motivacionais os ajudam a superar momentos de cansaço e desânimo, incentivando-os a persistir e dar o máximo de si. Essa motivação adicional pode ser crucial para alcançar metas de desempenho e resistir à fadiga durante treinos intensos ou competições.
Michael Phelps, famoso nadador com trinta e sete recordes mundiais e oito medalhas de ouro em uma única Olimpíada, é um exemplo de atleta que reconhece os benefícios da música no esporte. Ele enfatiza que não tem uma preferência específica por músicas, escolhendo aquelas que lhe proporcionam prazer auditivo, o que por si só já é suficiente para melhorar sua motivação.
Nos campeonatos de skate, é permitido ouvir música até mesmo durante as provas, como visto nas Olimpíadas de 2020, realizadas em 2021, quando a modalidade entrou no quadro de esportes olímpicos. Em entrevista ao Globo Esporte, o ginasta Arthur Zanetti, medalhista olímpico, explica que na ginástica a música é liberada tanto na preparação quanto durante o aquecimento nos aparelhos, embora não seja permitida durante as séries de competição. Para ele, ao chegar ao local, é necessário pausar a música para entrar no ritmo e na concentração ideal.
Assim, os fones de ouvido, frequentemente vistos nas Olimpíadas, se tornam aliados poderosos na busca por medalhas, ajudando atletas a alcançar seu máximo potencial e conquistar grandes competições.