Lula critica política monetária do Banco Central e defende prioridade aos pobres
Para Lula, o órgão deveria considerar os interesses nacionais acima das demandas do setor financeiro
Em um evento realizado em Salvador na segunda-feira (1°), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que sua responsabilidade não é prestar contas a “banqueiros” ou “ricos”, mas sim ao povo trabalhador do país. Lula enfatizou o seu compromisso com as camadas mais pobres da sociedade brasileira, durante entrevista à Rádio Princesa, de Feira de Santana (BA).
Durante o evento, Lula criticou a política monetária atual, sugerindo que o Banco Central deveria considerar a redução da taxa Selic, atualmente em 10,5% ao ano, para estimular o crescimento econômico sem comprometer a estabilidade financeira. Suas declarações foram vistas pelo mercado como uma intervenção política nas decisões econômicas, refletindo-se na recente alta do dólar, que alcançou R$ 5,65.
“Foi aprovado pelo Congresso a independência do Banco Central. Foi indicado o cidadão pelo governo passado. Eu tenho que ter muita paciência na hora de indicar outro candidato e ver se a gente consegue, sabe, com a maior autonomia possível — que é decência política das pessoas — que o presidente do Banco Central olhe um pouco este país do jeito que ele é, e não do que jeito que o sistema financeiro fala”, disse Lula.
Lula argumentou que a autonomia do Banco Central, defendida pelo mercado, precisa ser avaliada à luz dos impactos sociais e econômicos internos, não apenas sob a perspectiva das instituições financeiras