Por Paulo Zé e Aline Mattos / SOM

Quando a ideia de fazer um Museu da Cultura Hip Hop surgiu na cabeça do intrépido Rafa Rafuagi ele já sabia onde queria chegar, não mediu esforços e muito menos poupou energia, foi atrás do sonho dele e de milhares de pessoas que fazem do Hip Hop um meio de vida, uma ferramenta de transformação social.

Quando encontrou o local, o prédio de uma escola abandonada, sem uso, em ruinas, cercado de mato e entulho por todos os lados localizado na Vila Ipiranga em Porto Alegre, Rafa não pensou duas vezes em mover o mundo para ir atrás de conseguir todo o necessário para iniciar a transformação de um local sem uso em um aparelho de transformação social. Foram meses de trabalho árduo para limpar o local, caminhões de entulho foram necessários, assim como uma jardinagem em larga escala para deixar o lugar a mostra e começar a buscar os recursos para reformas. Dezenas de pessoas ajudaram de forma voluntária no começo até começar a aparecer recursos.

Para criar o Museu, Rafa e sua equipe fizeram movimentos importantes, o primeiro foi viajar 1500km passando pelas nove regiões do estado do RS integrando e coletando acervo, nesse movimento foram 6 mil itens doados para acervo do Museu que já começa grande.

Foto: SOM

Articulações para busca de recursos em âmbito municipal, estadual e federal, inúmeras viagens e até um convite para visitar o Museu do Hip Hop do Brooklin em Nova Iorque. Sem faltar inspiração, visão e profissionalismo, o Museu cresce rápido virando um projeto de excelência, e acaba recebendo o apoio da Petrobrás, que entende a importância da empreitada, além de outros patrocínios são viabilizados via leis estaduais de incentivo a cultura. Isso fez com que as reformas acelerassem, e o que era um prédio abandonado em ruínas, um ano e meio depois vira um centro de integração social da memória da cultura hip hop que transforma diariamente a vida das pessoas que por lá passam.

O Museu do Hip Hop é um lugar a se visitar ao vir a Porto Alegre, de portas abertas, recebe cerca de 150 pessoas por dia e ainda está em construção. Segundo Rafuagi, a ideia é melhorar ainda mais o espaço, transformando-o em uma espécie de parque temático onde famílias possam ir passar o tempo com as crianças permitindo que elas possam brincar, aprender e se divertir. No que depender dessa incansável mente brilhante temos a certeza que ao voltar lá daqui uns meses, o Museu vai estar ainda maior e mais estruturado.

Uma viagem no tempo que aponta um futuro promissor para gerações e gerações, um lugar inspirador que te enche de energia. Nossa visita foi guiada pelo criador da ideia e saímos de lá muito melhor que entramos.

Vida longa ao Museu do Hip Hop do RS todo pensado a dar voz às comunidades periféricas e mostrar a beleza do movimento em um espaço todo integrado que dialoga entre si, emociona, transforma e fortalece.