Os principais partidos de esquerda na França concordaram, nesta segunda-feira (10), sobre a necessidade de apresentar um único candidato em cada círculo eleitoral para as eleições legislativas francesas, que se realizam em 30 de junho e 7 de julho.

A carta, divulgada no final de uma reunião em que participaram La Francia Insumisa (LFI), os socialistas, os verdes e os comunistas, fala da “vontade de apresentar um programa de rupturas sociais e ecológicas”, que confronta o projeto macronista e o projeto “racista” da extrema direita.

Ainda não há menção a qualquer acordo firme, o que implica que os quatro partidos ainda têm de negociar o programa e quais os candidatos que irão apresentar, um processo que se prevê difícil. A apresentação de candidaturas às eleições termina no dia 16 de junho.

“Apresentaremos um programa de ruptura para os primeiros 100 dias de Governo da ‘nova Frente Popular’”, indicava a carta, referindo-se à coligação de esquerda na França entre 1936 e 1938.

Reconfiguração da aliança

Assim que foi conhecido o avanço eleitoral anunciado no domingo pelo presidente Emmanuel Macron, após a vitória esmagadora da extrema-direita de Marine Le Pen, a esquerda francesa apressou-se a lançar um apelo à unidade para reeditar a breve fórmula de coalizão NUPES progressista.

Esta aliança estreou nas eleições legislativas de 2022, com resultados abaixo das expectativas – longe da maioria que tinha sido proposta –, e incluiu La Francia Insumisa, os socialistas, os verdes e os comunistas, embora tenha sido rapidamente dissolvida devido a dissensões internas.

Tal como aconteceu este domingo, várias manifestações juvenis contra a extrema direita ocorreram esta segunda-feira nas grandes cidades francesas, a maioria delas espontâneas. Em Paris, a marcha começou na Place de la République e depois se espalhou pelas ruas da cidade.

Da mesma forma, os principais sindicatos franceses anunciaram um fim de semana de mobilizações contra um hipotético governo liderado pela extrema direita lepenista.