De acordo com um relatório divulgado nesta semana pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e pelo Programa Alimentar Mundial (PAM), mais de metade da população da Faixa de Gaza, quase 1 milhão de pessoas, poderá enfrentar a morte e a fome até meados de julho. O documento revela o impacto devastador do conflito em curso, as severas restrições ao acesso de bens e o colapso dos sistemas agroalimentares locais.

A destruição é visível em cada esquina do bairro de Tal Al-Hawa, no sul da cidade de Gaza. Palestinos inspecionam os escombros de suas casas e bairros, tentando encontrar um sentido em meio à devastação.

“A situação em Gaza resulta do impacto devastador do conflito em curso, das fortes restrições ao acesso de bens e do colapso dos sistemas agroalimentares locais”, concluiu o relatório. Ele também destaca que toda a população de Gaza está exposta às situações mais graves de insegurança alimentar decorrentes da guerra.

Entre junho e outubro de 2024, a violência armada e os conflitos continuam a ser as principais causas de insegurança alimentar aguda em numerosos locais, que enfrentam deslocações generalizadas, destruição dos sistemas alimentares e redução do apoio humanitário. A expectativa é de que o número de mortos, sem precedentes, aumente, juntamente com a destruição generalizada e o deslocamento de quase toda a população palestina.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, condenou hoje (7) a impunidade desenfreada dos responsáveis por conflitos e mortes de inocentes. Ele destacou a falta de responsabilização pela morte de trabalhadores humanitários em Gaza.

“Devido à insegurança e aos ataques, há cada vez menos trabalhadores humanitários nesses locais para gerirem a distribuição. Sabemos do que precisamos e sabemos o que não temos. Precisamos de combustível, e não está sendo permitido entrar. Precisamos urgentemente de caminhões carregados de alimentos”, apelou Griffiths.

Além de Gaza, o relatório da ONU e do PAM relata que 21 países afetados por uma insegurança alimentar aguda poderão ter sua situação ainda mais deteriorada, como é o caso do Sudão. A crise global de alimentos continua a se intensificar, afetando milhões de pessoas em regiões vulneráveis.