Inquéritos envolvendo Jair Bolsonaro devem ser concluídos nos próximos meses, diz diretor-geral da PF
“Garanto que se houver a participação de qualquer pessoa, ela será apontada e apresentada”, disse o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues
O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, anunciou que os inquéritos nos quais o ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado estão próximos de serem concluídos. Em coletiva de imprensa realizada ontem (5), Rodrigues detalhou os avanços e as previsões de término das investigações que envolvem Bolsonaro, abordando desde a apropriação indevida de joias até fraudes em cartões de vacinação.
O primeiro inquérito, que examina se Bolsonaro se apropriou indevidamente das joias milionárias presenteadas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro, tem previsão de conclusão até o final deste mês. Este caso ganhou grande atenção da mídia e da opinião pública, destacando possíveis irregularidades na gestão dos presentes recebidos pelo governo.
Simultaneamente, a Polícia Federal se prepara para finalizar o inquérito sobre fraudes nos cartões de vacinação. Bolsonaro já foi indiciado neste caso, mas a Procuradoria-Geral da República (PGR) requisitou investigações adicionais. A PGR investiga se Bolsonaro utilizou um cartão de vacinação fraudado para entrar nos Estados Unidos.
“Havia ainda pendências da cooperação internacional. Nossa equipe retornou recentemente dos Estados Unidos com os dados e informações que entendeu que são suficientes. Portanto, se encaminha para a análise final e relatório dessa etapa de investigação”, afirmou Rodrigues em entrevista à GloboNews.
Ainda dentro do cronograma da Polícia Federal, está a investigação sobre alegações de tentativas de golpe após as eleições e os eventos de 8 de janeiro. O diretor-geral informou que espera concluir este inquérito até o final de julho. Quando questionado sobre possíveis indícios de envolvimento de Bolsonaro nos atos golpistas, Rodrigues se absteve de comentar, mas garantiu a seriedade e o rigor técnico da investigação.
“Garanto que se houver a participação de qualquer pessoa, ela será apontada e apresentada. A PF não julga ou condena ninguém. Nós colhemos todos os dados da investigação e apresentamos ao Poder Judiciário”, reforçou Rodrigues.