De esquerda, Claudia Sheinbaum faz história e é eleita presidente do México
A eleição foi marcada por violência, com 30 candidatos assassinados durante a campanha, segundo a ONG Data Cívica
A candidata de esquerda Claudia Sheinbaum fez história ao ser eleita no dia 02 de julho como a primeira presidente do México. Com uma ampla vantagem, Sheinbaum, de 61 anos, recebeu entre 58% e 60% dos votos, superando a rival de centro-direita Xóchitl Gálvez, que obteve entre 26% e 28%. Emocionada, Sheinbaum afirmou: “Não vou decepcioná-los”.
Sheinbaum prometeu continuar o legado do atual presidente, Andrés Manuel López Obrador, e enfatizou seu compromisso com os mais pobres. Ela celebrou a vitória no Zócalo, principal praça da Cidade do México, com milhares de apoiadores. “Chegamos todas, com nossas heroínas que nos deram a pátria”, declarou, destacando a importância das mulheres em sua vitória.
A eleição foi marcada por violência, com 30 candidatos assassinados durante a campanha, segundo a ONG Data Cívica. No dia da eleição, um candidato local, um militante de um partido e uma mulher foram mortos no interior do país. Mesmo assim, a taxa de participação foi de 60%, com quase 100 milhões de eleitores registrados.
Sheinbaum, ex-prefeita da Cidade do México e de origem judaica, governará até 2030 a 12ª maior economia do mundo. Seus apoiadores esperam que ela possa transformar as leis e a cultura de um país marcado por violência e desigualdade. “Ela representa as mexicanas e traz esperança para as mulheres”, disse Viviana Hernández, uma das eleitoras presentes na comemoração.
O partido governista conquistou a maioria necessária no Congresso para aprovar reformas na Constituição e possivelmente no Senado. A eleição também trouxe Clara Brugada como prefeita da Cidade do México, consolidando o domínio da esquerda na capital.
Os desafios de Sheinbaum incluem combater a expansão do crime organizado e manter os programas sociais em um cenário de déficit fiscal elevado e crescimento econômico lento. Além disso, terá que gerenciar o relacionamento com os Estados Unidos, especialmente se Donald Trump voltar ao poder e renovar suas políticas migratórias rigorosas.
Com informações da AFP