O Supremo Tribunal de Londres aceitou um pedido do jornalista Julian Assange para que recorra, no Reino Unido, contra a extradição para os Estados Unidos. Assange enfrenta 18 acusações com base na Lei de Espionagem dos EUA, o que poderia resultar em uma sentença de até 175 anos de prisão, caso seja condenado.

Assange divulgou 250 mil documentos militares e diplomáticos confidenciais através do WikiLeaks. Esses documentos, revelados durante as guerras no Afeganistão e no Iraque, expuseram crimes de guerra e violações dos direitos humanos. As autoridades americanas alegam que suas ações prejudicaram a segurança nacional, colocando em risco a vida de agentes norte-americanos.

Organizações de jornalistas e defensores dos direitos humanos, como a Anistia Internacional, criticam veementemente sua possível extradição, alegando que representa um ataque à liberdade de imprensa e ao direito do público à informação.

A campanha FreeAssange, liderada pela esposa do jornalista, Stella Assange, denuncia as acusações como politicamente motivadas, buscando criminalizar a atividade jornalística básica. A Anistia Internacional descreve a extradição como um “devastador” ataque à liberdade de imprensa, alertando para o precedente perigoso que isso estabeleceria.

Nils Melzer, ex-relator especial das Nações Unidas sobre Tortura, enfatizou a gravidade do caso, chamando-o de um “enorme escândalo” e um “fracasso do Estado de direito ocidental”. Melzer instou os EUA a abandonarem as acusações contra Assange, advertindo que sua condenação representaria uma sentença de morte para a liberdade de imprensa.

O presidente Lula defendeu a libertação do jornalista, elogiando-o por expor os “segredos dos poderosos” e pedindo o fim da perseguição contra ele.