Estudantes da USP se juntam ao movimento estudantil global para demandar o fim do genocídio em Gaza
Manifestantes denunciam os convênios da USP com universidades e organizações israelenses, como o ‘Israel Corner’
Desde terça (7), um grupo de estudantes da Universidade de São Paulo (USP) ocupa o prédio do Departamento de Geografia e História da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), exigindo o fim das relações acadêmicas com a Universidade de Haifa, em Israel. O movimento, liderado pelo comitê “Estudantes em Solidariedade ao Povo Palestino (ESPP)”, conta com a participação de mais de 40 organizações estudantis.
Inspirados pelos movimentos globais que surgiram nos Estados Unidos e se espalharam por países como Grã-Bretanha, França, Espanha, Irlanda, Alemanha, Holanda, Austrália, Japão e México, os estudantes estão manifestando contra o que consideram cumplicidade da Universidade de Haifa no genocídio atual do povo palestino.
Os manifestantes denunciam os convênios da USP com universidades e organizações israelenses, como o ‘Israel Corner’, alegando que essas parcerias contribuem para o desenvolvimento da tecnologia utilizada por Israel no conflito palestino, além de sustentar a ideologia e o Estado sionista. Eles argumentam que essas relações perpetuam a produção de conhecimento “voltada ao genocídio e ao apartheid racista do sionismo”.
A mobilização estudantil coincidiu com a data marcada para a reunião da Congregação da FFLCH, agendada para esta quinta-feira, dia 9. No entanto, a reunião foi abruptamente desmarcada logo após o início da ocupação do prédio pelos estudantes.
Os participantes do movimento convocam o apoio da comunidade acadêmica e de todos que se opõem ao genocídio em Gaza e na Palestina, assim como à recente ofensiva em Rafah, área densamente povoada com 610 mil crianças e mais de um milhão de refugiados palestinos.
A ocupação do prédio da FFLCH representa um ato de solidariedade e resistência em defesa dos direitos do povo palestino e uma chamada à ação para que a universidade revise suas relações acadêmicas com instituições que são acusadas de violar tais direitos.
O movimento promete permanecer no prédio até que suas demandas sejam atendidas e uma discussão séria sobre as relações com a Universidade de Haifa seja realizada.
O massacre de Israel contra palestinos já matou mais de 35 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças. Israel anunciou a invasão militar em Rafah, último refúgio para 1,2 milhão de palestinos. Benjamim Netanyahu, primeiro-ministro de Israel e lider de extrema-direita, está sendo julgado pelo Tribunal Penal Internacional por crime de genocídio.