Por Miranda Perozini

Margarida Maria Alves foi uma sindicalista e defensora dos direitos humanos, e uma das primeiras mulheres a exercer um cargo de direção sindical no país.

Caçula de nove irmãos e natural da periferia da Paraíba, Margarida viu, ainda criança, sua família ser expulsa de suas terras por latifundiários. Durante o período em que esteve à frente do sindicato de sua cidade, foi a primeira mulher a lutar pelos direitos trabalhistas no estado durante a ditadura militar.

Entre as lutas travadas por ela estavam a busca pela contratação com carteira assinada, o pagamento do décimo terceiro salário, o direito das trabalhadoras e dos trabalhadores de cultivar suas terras, a educação para seus filhos e filhas e o fim do trabalho infantil no corte de cana, atividade  forte na região.

Por conta de sua movimentação por direitos, foi alvo de intimidações e ameaças. Por isso não tardou para que, infelizmente, fosse assassinada  por matadores de aluguel a mando de fazendeiros da região de Alagoa Grande, em 12 de agosto de 1983, aos 50 anos, na porta de sua casa,

O crime segue impune, mas seu legado permanece vivo em forma de mobilização, através da Marcha das Margaridas, que leva e revive seu nome e sua memória. Margarida é mais uma das mulheres fortes da história brasileira. Viva, Margarida!